Trazendo o movimento
da Educação
Democrática
para a América Latina
Helena Singer, 07/10/2007
Entre os dias 08 e 16 de setembro deste ano aconteceu em Mogi das Cruzes,a 100 quilômetros de São Paulo, no Brasil, a 15ª Conferência Internacional de Educação Democrática. Pela primeira vez na América Latina, o encontro foi organizado pelo instituto Politeia*[1] Educação Democrática, o Laboratório de Estudos e Pesquisas da Universidade de Campinas (LEPED-Unicamp), o Instituto Socioambiental (ISA) e a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP), como evento paralelo ao Fórum Mundial de Educação do Alto Tietê (FME-AT). O Fórum Mundial de Educação surgiu em 2001, como um dos desdobramentos do Fórum Social Mundial, movimento internacional que busca articular iniciativas que propõem alternativas à hegemonia neoliberal. Realizar a IDEC em parceria com duas das melhores universidades do continente e também com o FME teve o duplo objetivo de, de um lado, questionar as reais possibilidades de a educação democrática formular políticas públicas e, de outro, torná-la objeto de debate acadêmico.
Em termos numéricos, a conferência pode ser descrita assim. Participaram do encontro cerca de 170 pessoas – estudantes, educadores, pesquisadores, pais – pertencentes a 65 organizações de 13 países, sendo eles: Brasil, Peru, México, Canadá, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Ucrânia, Israel e Japão. Nas atividades abertas ao Fórum Mundial de Educação, o público chegou a 800 pessoas.
Os que vieram da América do Norte, Europa e Ásia participam da rede internacional de educação democrática. Para articular as organizações latino-americanas que poderiam ingressar nesta rede, seis meses antes da conferência, seus organizadores listaram as instituições de suas próprias redes e lhes enviaram um roteiro de perguntas a respeito das condutas e procedimentos gerais da instituição. Foi a partir das respostas a este questionário, que organizações de diversas regiões deste país de proporções continentais e dos países latino-americanos citados acima foram convidadas e efetivamente participaram da IDEC. A variedade em relação à natureza das organizações denota o caráter inovador do encontro em uma área na qual via de regra os eventos são segmentados ora para professores, ora para acadêmicos, quase nunca para estudantes. Dentre os participantes da IDEC 2007 que informaram a que tipo de organização pertencem, a maior parte atuava junto a organizações não governamentais (45%), seguidos dos que vieram ligados a escolas (33%), gestores públicos (7%) e pesquisadores universitários (5%). As escolas participantes eram municipais, estaduais, filantrópicas e privadas, de educação infantil, fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos. Dentre as ONG, havia instituições voltadas para a educação integral, para a mobilização social em áreas que se articulam com a educação democrática, como a sustentabilidade do planeta, a economia solidária, e a democratização das tecnologias de informação e comunicação.
Mas afinal o que é Educação Democrática?
Certas propostas educacionais pautadas pelos ideais de liberdade e gestão participativa receberam diferentes denominações da literatura ao longo dos últimos cento e cinqüenta anos: pedagogia centrada no estudante, escolas românticas, libertárias, livres, progressistas, alternativas, democráticas. Embora haja diferenças em relação aos vários países onde se encontram estas escolas, atualmente o movimento em torno do qual elas se articulam tem adotado a denominação de “educação democrática”. Deve-se ressaltar, contudo, que nem todas as escolas que participam do movimento se reconhecem desta forma e este foi inclusive temas debatidos na 15ª IDEC, durante a sessão “Auto-gestão, educação libertária e permanente”.No encontro de 2000, no Japão, definiu-se a rede como a conexão de escolas, organizações e indivíduos que praticam e promovem os seguintes ideais: respeito e confiança pelas crianças,liberdade de escolha e gestão democrática compartilhada entre crianças e adultos.
Quem esteve na 15ª IDEC
As organizações que participaram da 15ª IDEC pertencem a redes que articulam as escolas democráticas no mundo. Falar um pouco sobre cada uma das redes é também uma forma de contar a história do movimento.
Podemos começar por Janusz Korczak, que fundou e dirigiu um orfanato para crianças judias entre 1912 e 1942 na Polônia e escreveu vários livros, alguns de ficção para crianças, outros de aconselhamento para pais e relatos de suas experiências educacionais. A Associação Janusz Korczak (AJK) está presente em vinte e um países, promovendo cursos para educadores, exposições e traduções de livros deste médico-educador, tendo em alguns países se articulado com as escolas democráticas locais. Na IDEC do Brasil, a AJKB lançou seu mais recente boletim e participou da mesa sobre “O que se Quer da Educação”, logo no primeiro dia de debates. (...)
(CONTINUA) http://f1.grp.yahoofs.com/v1/AM2QR_fl8VKL6_hBuuQNScDn0JkJ_r03sfruG4fdntL35chW4Mv5dvSWYULqsFTfoT3hGzaMKQqnoGWofaSO7A/artigo%20IDEC.doc
http://br.groups.yahoo.com/group/edudemocratica-ead/
*[1] O nome Politeia foi escolhido logo depois da conferência. Durante a IDEC, este instituto foi divulgado como IDEB (Institute for Democratic Education in Brazil).
****PARTICIPE DO GRUPO DO YAHOO DE EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA E EaD
http://br.groups.yahoo.com/group/edudemocratica-ead/
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