domingo, 30 de dezembro de 2007

MÚSICA AFRICANA - Cameroon-Manu Dibango Soul Makossa

Milton Nascimento - Uakti - Lágrima do Sul

Caetano Veloso, Uakti e Kristoff

CORDEL DO FOGO ENCANTADO - PRETA


















primeiro inventa-se a pólvora
e depois descobre-se o que fazer com ela.
inventou-se o blog e hoje descubro o que fazer
com ele e comigo,colo-me,colo coisas aqui,
desenterro outras ali, ressuscito,revivo,
reflito sobre o futuro da música ,da arte...
penso na importância da literatura,da poesia...
que ficou bem esquecida por muito tempo,
a literatura é a alma de um povo,
a blogosfera anda revitalizando esta alma!
penso no cara da periferia que pra acessar
a Internet vai até uma lan house ou tele centro,
e pode quebrar um galho...
aos quase 50 anos,pensamos muito,
nas coisas que fizemos e nas que não fizemos.
pensamos na nossa finitude,na vida que tivemos neste planeta.
muitas coisas tem quase a minha idade!
o rock é uma delas,mas confesso,prefiro os ritmos brasileiros!aos 50,pensamos muito nas crianças e nos velhos,
pensamos no futuro dos que agora nascem,
no filho adolescente que ficará por aqui,muito mais que a gente...gostaríamos de ter a mesma energia pra fazer tantas coisas!mas acabamos entendendo a palavra resignação,na alma!
isso não quer dizer que contento-me em não ser como Niemeyer,Picasso ou como muitos outros que envelhecem trabalhando!isto sim é velhice digna! se a alma não envelhece,tudo bem!tenho a metade da idade de Niemeyer,sou mais nova que Caetano!
sabe o que interessa?! interessa que posso matar minha fome de cultura!que posso cooperar com o banquete cultural de alguns!que ainda tenho consciência pra refletir sobre mim e sobre a vida!e saber que sem cooperação o mundo não anda!
abrações pra todos!
Nadia Stabile - 30/12/07
*imagem,eu aos 18 anos,em 1976

TERESA CRISTINA - Pot Pourri - Samba do Rio

PAULINHO DA VIOLA E TERESA CRISTINA - O MAR SERENOU - música de CANDEIA

MÚSICA DE JOÃO PERNAMBUCO - SONS DE CARRILHÕES

TURIBIO SANTOS INTERPRETA VILLA LOBOS - Prelude no.4 in E minor

SAUDADE DE CHIQUINHA GONZAGA - interpretação e autoria de Paulinho Lira

VILLA LOBOS - Prelude n.1 - intérprete John Williams

Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia - Não posso mais ficar - música de Tim Maia

Clementina de Jesus, Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro
























O NEXO DE MEU PLEXO

Sylvio Neto


Na dobra do calendário Juliano
Vou em frente sem nenhum plano
Que possa dar cura aos cortes profundos
Sofridos ao longo deste bestial ano

Perplexo procurei por longo tempo
O nexo
No fundo de meu plexo
Fui longe e estive sempre perto

Quantos beijos dei naquela falsa face
Já nem sei
Perdi a conta das horas doadas, perdidas
Em carinhos, entrega e passeios sem direção

Sigo em frente sem planos, sutil e arcaico
Nem totalmente romano, no que soul
Nem quase grego, no que fui
Muito ao menos hebraico, no que serei

Quase inteiro, quase forte e sem acreditar na sorte
Vejo a fé do alto
Escrava de meus sentidos
Subjetiva que é...

E assim...
Que venha todo o sol que o verão puder me dar
Que chegue com sabor e bom hálito
Todo beijo que eu vir a ganhar
E que os abraços sejam círculos completos em si

Mas...
Sem nenhum plano, Sem nenhuma fé
Tudo sendo o que verdadeiramente é
*IMAGENS: a primeira é o poeta "Sylvio Neto",
e a segunda é o avô do poeta,"Sr.Sylvio de Albuquerque"

COMUNIDADE NO ORKUT:POESIA NA VARANDA:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23475334
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/sylvioneto

sábado, 29 de dezembro de 2007

"O Reino de

Deus Está em Vós"

livro de "Leon Tolstói"


Sinopse: Livro que causou polêmica a ponto de ter sido censurado pelo czar russo. Tolstói nos apresenta sua concepção de cristianismo, que entre outras coisas, prega a abolição do Estado. Este livro é considerado pelo próprio autor, Tolstói, a sua melhor obra e talvez seja de fato. Na sua auto biografia, Gandhi menciona essa extraordinária obra como uma das mais importantes na sua formação humanista, tendo presenteado-a aos seus amigos mais próximos depois de lê-la na prisão. É uma ardorosa defesa da não-violência, um convite à tolerância e ao amor ao próximo, um chamamento à verdadeira palavra de Cristo a partir da expressão contida no Sermão da Montanha "Não resistais ao mal com o mal".
http://www.portaldetonando.com.br/forumnovo/viewtopic.php?p=7489
ADMIRÁVEL E

EXTRAORDINÁRIO

PROJETO OBORÉ!

ECA -USP

http://www.obore.com/


Heliópolis visita

a USP no Dia do Professor


Vinicius Furuie
17/10/2007

Cerca de 100 estudantes de quatro escolas públicas das proximidades dos bairros de Heliópolis e São João Clímaco visitaram a Cidade Universitária na segunda-feira dia 15 de outubro, Dia do Professor.
A excursão, que repetiu a façanha da
primeira visita feita em 14 de abril, começou às 8h com a partida de dois ônibus que levaram os alunos até o campus do Butantã da Universidade de São Paulo. Segundo Sérgio Gomes, um dos organizadores da atividade, o intuito principal da visita foi alentar a integração entre a Cidade Universitária e a Cidade do Sol (de origem grega ‘helios’- sol e ‘pólis’ - cidade). O argumento para que essa aproximação seja efetiva é que a comunidade, através da coleta do ICMS, contribui com cerca de 2 milhões de reais ao ano à USP. Ajudadas pela União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco – UNAS e pela OBORÉ, a Escola Estadual Prof. Ataliba de Oliveira, EE Manuela Lacerda Vergueiro, Escola Municipal Gonzaguinha e EM Campos Salles reuniram esforços pela primeira vez para realizar a atividade.
Os estudantes visitaram primeiro o Instituto de Física onde tomaram café da manhã e assistiram ao Show da Física, uma
apresentação voltada para receber o público secundarista. De lá o grupo seguiu para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e transformou o prédio de Vilanova Artigas em ateliê para a produção de uma faixa de apresentação do grupo. Serviu-se o almoço no Restaurante Central da USP e em seguida rumaram para o Centro de Práticas Esportivas da universidade onde os jovens ganharam tempo livre. A última parada foi o Canil – Espaço Fluxus de Cultura, localizado na Escola de Comunicações e Artes, que recebeu o grupo com uma mesa de frutas.
Para além da visita em si, a excursão servirá de base para a seleção do grupo de trinta estudantes que cursarão
o 2° Correspondentes da Cidadania. O curso será coordenado pela Unas, OBORÉ, Comuni-Umesp e Projeto Redigir da ECA-USP. Serão abordados assuntos e competências necessárias para se contar uma história, produzir uma notícia e montar um boletim comunicativo, entre outros objetivos. As aulas serão aos sábados, de novembro de 2007 a fevereiro de 2008. Mais informações serão veiculadas no sítio da OBORÉ.


http://www.obore.com/aconteceIntegra.asp?cd=1242
...Leonardo da Vinci

não amamentou

seu filho...

...se Michelangelo tivesse de cuidar de filhos,

não teria pintado a Capela Sistina...
...se você fica orando na igreja,não tem tempo para
continuar a teoria dos universos paralelos...
e nem vai descobrir que Deus não joga dados...
...quem não cola ,não sai da escola,e nem tem
tempo de saber que Picasso adorava colar...dos amigos,
dizia ele:copiar a si próprio é patético.
...quem não cola na blogosfera,perde o bonde do hiperlink,do hipertexto...
e fica descolado, isolado, solitário,sem pernas,sem braços,sem voz...
...quem sonha um sonho sozinho,é só um sonhador,quem sonha e cola junto,
neutraliza aquele quarto poder...
...o poder da igreja queria deter Da Vinci,
que "descobriu"a anatomia humana e não pode amamentar seu filho,
...muitas mulheres não puderam pintar
a Capela Sistina e nem estudar anatomia ...
...tiveram de cuidar dos filhos,dos maridos,e dos "gênios" da humanidade!
...mas...Michelangelo foi além de seus limites humanos...
assim como muitos brasileiros que conseguem viver "dignamente"
com um salário mínimo...
...se Da Vinci ficasse orando na igreja da esquina...
...se Michelangelo assistisse novelas ...
...se Einstein fosse fanático pelo Corinthians!...
...se Gandhi praticasse gastronomia...
...se Foucault assistisse o Jornal Nacional todos os dias!...
...se Nietzsche lesse a Veja...
...se você colasse este texto...
...se você soubesse que dentro de mim dorme...
dentro de você...dorme...ronca...ronca...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

nadia stabile - 29/12/07



Gyorgy Ligeti's Artikulation - Rainer Wehinger


SABOTAGE
POETA DO CAOS

Até alguns anos, Mauro Mateus tinha uma vida não muito diferente de tantos garotos da periferia de São Paulo. Nascido na favela do Canão, Zona Sul da capital, cresceu na miséria, quase morreu de anemia (daí o aspecto franzino aos 28 anos), viu o irmão ser assassinado por causa do tráfico e, quando sua mãe morreu, seu tio terminou de educá-lo para o crime e para a vida. Ele poderia ter terminado na cadeia ou em uma emboscada, mas o rap foi o desvio que o libertou. Mesmo quando era gerente de tráfico, Sabotage (que ganhou o apelido por falsificar a assinatura da mãe em suas quatro passagens pela Febem) freqüentava a escola para “aprender as palavras” e fazia rap compulsivamente. Até chamar a atenção de seus parceiros de bandidagem - que quiseram custear um CD – e também de Mano Brow e seu selo Cosa Nostra, que acabou gravando o álbum de estréia Rap é Compromisso, distribuído pela multinacional Sony. Mais conhecido no mercado,o rapper paulistano Xis, do hit “Us mano e as Mina” , apresenta seu camarada: “Sabotage é sangue bom. Tem rimas muito boas e usa uma métrica que é só dele. Além do mais, sua atitude ajuda a quebrar o estigma de que rapper não fala com ninguém”. “Tenho o corpo fechado e muita sorte”, explica o próprio, justificando sua saída do crime – “sem dar um tiro sequer” – e o contato com cineastas brasileiros. Sabotage foi consultor de Paulo Miklos para criar seu personagem (um pistoleiro) no longa O Invasor, de Beto Brant, que chega às telas no mês que vem. Sua intimidade com ávida marginal lhe rendeu outro convite: Sabotage vai atuar em Carandiru , próximo filme de Hector Babenco, vivendo um traficante no histórico massacre dos 111 presos da penitenciária paulista. Entusiasmado, o rapper crê que suas andanças pelo cinema, além de renderem clipes e participação na trilha sonora dos filmes, são mais uma forma de passar a mensagem que ele traz nas músicas: “O crime não compensa, as drogas pesadas acabam com uma vida e a molecada tem é que ficar na escola, estudar para ter uma chance”.Site sobre Sabotage:http://www.sabotage.cjb.net/

http://hiphop-rapnews.blogspot.com/2007/08/sabotage-poeta-do-caos-at-alguns-anos.html

Rapper Sabotage, da trilha sonora de "O Invasor", é assassinado em SP (FOLHA ON LINE 24/01/2003)

rapper Mauro Mateus dos Santos, 30, conhecido como Sabotage (autor da trilha do filme "O Invasor"), foi morto por quatro tiros por volta das 5h30 de hoje na zona sul de São Paulo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u67373.shtml

CORDEL

A ARTE DO CORDEL - XILOGRAVURA ,um pedaço de madeira entalhado e a matriz surge! sem prensa,com técnica rudimentar,a grande arte de Cordel !
























































(...)Eu nunca vi esta estrada
Como agora desta vez
Outrora tinha um fiscal
Agora tem dois ou três
Não viaja mais no mole
Nem mesmo a mãe do inglês.
(...)
Se o papa chegar aqui
Tem que comprar a passagem
Santidade é uma coisa
Que não vale nada em viagem
Se não comprar o bilhete
Só vai se for na bagagem.

LÚCIO MAIA,DO NAÇÃO ZUMBI AO CÓDIGO BINÁRIO


A melodia das montanhas


A melodia das montanhas é um processo criado e adotado por
Villa-Lobos no canto orfeônico. Consiste em delinear o contorno de
montanhas e acidentes geográficos sobre uma folha de papel
quadriculado (milimetrado). Convenciona-se, antecipadamente, o valor
e altura dos sons, de acordo com os traços horizontais e verticais. Este
processo foi criado com o fim de incentivar os alunos a construírem
melodias, estimulando e desenvolvendo sua criatividade e visando
também colocar em prática os conhecimentos de teoria musical.
Utilizam-se para isto desenhos, gravuras ou fotografias de montanhas,
morros, etc., a serem reproduzidas, podendo ser depois harmonizadas
ou não, pelo professor, a melodia resultante.
O critério adotado é o seguinte:
1) escreve-se verticalmente, de baixo para cima, a partir do lá 1
até o lá 6, todas as notas existentes, diatônicas e cromáticas
(ver Anexo 3);
2) coloca-se os contornos da melodia que se deseja conhecer.
No sentido horizontal, estes pontos corresponderão aos sons
inscritos à margem esquerda. A Tônica corresponde ao nível
do mar, ou seja, à base da montanha. O modo é escolhido
pelo aluno (maior ou menor);
3) anota-se os sons obtidos na pauta. Para se determinar os
valores e o compasso, procede-se do seguinte modo: cada
linha vertical corresponde a um pulso (unidade de tempo) e
este, por opção do aluno, pode variar entre a semicolcheia e
a semínima (ver Anexo 4).
"A melodia ou fragmento melódico imprevistos interessarão à
classe desenvolvendo o espírito de observação quanto aos
38 VILLA-LOBOS, H. Educação Musical. In: Boletim Latino-Americano de Música.
Rio de Janeiro, 6:531, abr. 1946.
39 PRESENÇA DE VILLA-LOBOS. Rio de Janeiro, MEC, DAC, MVL, 1972. p.89.
v.7.
64
valores relativos, sentido musical, percepção da tonalidade e
do ritmo e o gosto pela composição musical".38
Villa-Lobos era um amante da natureza do Brasil, e isto pode ser
verificado perfeitamente nesse seu pensamento: "O Brasil é um dos
países mais privilegiados do mundo. O povo tem uma intuição musical
profunda. Tudo canta sem querer. O mar, o rio, o vento, a criatura".39
Villa-Lobos dizia conversar com os passarinhos e conhecer suas
linguagens, que era capaz de dialogar com eles por muito tempo. É
também conhecido o episódio narrado por Dona Mindinha, em que ele,
ouvindo o coaxar de um sapo, começou a emitir e produzir sons,
travando um verdadeiro diálogo com o anfíbio. Por tudo isso, é de se
esperar que nossas matas, florestas e selvas também incitassem sua
criatividade (ver Anexo 5).
O musicólogo Luís Heitor Correia de Azevedo conta-nos, em
depoimento datado de 8/9/1987, uma passagem interessante, a respeito
deste método de criar melodias:
"Certa ocasião houve umas rusgas, provocadas por um artigo
meu, extremamente elogioso a Villa-Lobos e à sua força de
criação. Eu debicava um pouco do sistema de milimetragem
das montanhas, dos arranha-céus de Nova York, para fazer
melodias. Por que um homem com a força criadora de Villa-
Lobos precisa de tais processos artificiais para encontrar
melodias? Ele não gostou da minha observação, mas depois
em Paris, ficamos de fato muito, muito íntimos, a ponto de
Villa-Lobos ter a chave de minha casa para entrar quando
quisesse. Quando ele estava em Paris, nos encontrávamos
sempre duas ou três vezes por semana, no Hotel Bedford.
Neste artigo que mencionei, eu lembrava de uma brincadeira
de Chopin, quando se encontrava em Nohan com George
Sand. Ele se distraía, à vezes, em botar uma página de papel
pautado numa árvore e depois atirar com uma carabina de
chumbo. Ele então improvisava sobre isso para os amigos,
que se divertiam muito com essa brincadeira. Comparei o
sistema de Villa-Lobos a essa brincadeira de Chopin. Villa-
Lobos empregou isto na sua obra, como, por exemplo, a
Sexta Sinfonia sobre as linhas das montanhas do Brasil,
datada de 1944 e dedicada à Mindinha; a New York Skyline
Melody (1939) dedicada a Williams Moris, para piano e
orquestra, é também baseada nesse princípio. É de fato a
melodia do perfil dos arranha-céus de Nova York se
projetando no céu. Está claro que como um exercício de
estimulação à criação é muito interessante, não tenho a
menor objeção, nem na utilização por Villa-Lobos. Achava
engraçado que um homem de tal imaginação, de uma tal
abundância de criação, tivesse que recorrer a um processo
deste para inventar melodias, já que ele tinha uma
imaginação sonora incomum".(...)(parte de Monografia Premiada em 1988)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

CARTA ABERTA AO

PRESIDENTE LULA

Exmo. Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,

há momentos decisivos na vida dos homens e das nações. Passamos por um deles agora.

Está em suas mãos garantir que os brasileiros tenhamos um Natal e um país do qual nos orgulharmos. Mas, se lhe faltar grandeza para tomar a decisão certa, seremos todos amaldiçoados. Pois nada de bom brotará no solo que recebeu o sangue de um mártir.

Governos e obras faraônicas passam, viram pó. Mas, exemplos de idealismo e desprendimento como o de Dom Luiz Flávio Cappio serão lembrados até o fim dos tempos.

Não se iluda. Quando a humanidade sair de sua pré-história e a desumanidade das últimas décadas representar um motivo de vergonha para todos os homens civilizados, Margareth Thatcher figurará nos livros de História como a primeira-ministra que deixou morrer Bobby Sands. Cabe-lhe decidir se quer ser lembrado como o presidente que deixou morrer Dom Cappio.

A relutância extrema do seu governo em discutir a interligação das águas do rio São Francisco é evidência gritante de que tal projeto não sobreviveria a um debate franco. E reforça as suspeitas de que haja interesses escusos envolvidos.

Cidadãos de reconhecida competência e credibilidade apontam falhas de todo tipo: concepção equivocada, relação custo/benefício muitíssimo pior que a de projetos alternativos, danos ecológicos que podem se tornar catastróficos. Por que tanta insistência, a ponto de tocar a obra com soldados, evocando os tempos sinistros da ditadura militar?

Erguer uma obra tão contestada sobre o cadáver de um homem justo será um crime inominável.

Mas, V. Exa ainda pode escapar dessa armadilha para a qual os maus auxiliares o conduzem. Basta ouvir a voz da militância, daqueles seres humanos sofridos e esperançosos que iniciaram a jornada consigo. E voltar a ser para eles, como Salvador Allende o era para os melhores chilenos, o “companheiro presidente”.

Estamos aguardando sua decisão, Sr. Presidente, para sabermos se vamos comemorar o Natal ou colocar luto por quem, guardadas as proporções, estará repetindo o sacrifício de Cristo.

Este é meu apelo desesperado: aja como um verdadeiro cristão. Dom Cappio não pode morrer!

Respeitosamente,

CELSO LUNGARETTI
19/12/2007


http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/2007/12/carta-aberta-ao-presidente-lula.html

GRAFFITI DE GEJO - São Paulo - 2001


GRAFFITI DE MAURÍCIO VILLAÇA - 1988 - TAPUMES DO MASP - São Paulo http://www.stencilbrasil.com.br/imagens5.htm


GRAFFITI DE KALEB - 2005 http://www.stencilbrasil.com.br/imagens.htm


GRAFFITIS DE ALEX VALLAURI (década de 80)







Alex Vallauri: trajetória passo a passo

Alex, da gravura ao "grafitti", interveio na cidade na década de 80, apropriando-se de seus espaços exteriores e interiores.
O nome de Alex Vallauri é sempre associado ao "graffiti", mas suas intervenções, de 1978 a 1987, na cidade de São Paulo, decorrem de uma vivência de duas décadas dedicadas à gravura. De todas as técnicas, o "graffiti" é a que mais o aproxima do seu ideário de uma arte para todos: "Enfeitar a cidade, transformar o urbano com uma arte viva, popular, da qual as pessoas participem, é a minha intenção".Como gravador, Alex não utiliza procedimentos tradicionais; suas matrizes são recortadas como módulos que, associaddos durante a impressão, possibilitam diferentes composições. Na XI Bienal Internacional de São Paulo, 1971, Alex participa, com três xilogravuras de grande formato, da coletiva Gravura–Sala Didática, que reúne trinta e quarto gravadores brasileiros.(...)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

FELICIDADE?

Vem da palavra fértil,

que é aquilo que dá frutos.
Pra mim compartilhar é dar frutos,
Por isso fico feliz quando rola
o compartilhar!
Sinto,como muitas outras pessoas,
que estamos numa época de luz!
A humanidade começa a perceber
que ser feliz é compartilhar,é incluir!

muitos frutos para todos !

Nadia Stabile - 12/12/07
Jejuo também

por democracia real

LUIZ FLÁVIO CAPPIO

São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Acusam-me de inimigo da democracia por estar em jejum e oração combatendo um projeto autoritário e falacioso: o da transposição

ACUSAM-ME de inimigo da democracia por estar em jejum e oração combatendo um projeto do governo federal autoritário, falacioso e retrógrado, que é o da transposição de águas do rio São Francisco.

Meu gesto não é imposição voluntarista de um indivíduo. Fosse isso, não teria os apoios numerosos, diversificados e crescentes que tem tido de representantes de amplos setores da sociedade, inclusive do próprio PT. Vivêssemos uma democracia republicana, real e substantiva, não teria que fazer o que estou fazendo.

Um dos mais graves males da "democracia" no Brasil é achar que o mandato dado pelas urnas confere um poder ilimitado, aval para um total descompromisso com o discurso de campanha, senha para o vale-tudo, para mais poder e muito mais riquezas. Tráficos de influências, desvios do erário, porcentagens em obras públicas e mensalões são práticas tradicionais na política brasileira, infelizmente, pelo visto, ainda longe de acabar. A sociedade está enojada e precisa se levantar. Há políticos -e, infelizmente, não são poucos- que, por onde passaram na vida pública, deixaram um rastro de desmandos, corrupção, enriquecimento ilícito etc. Como ainda funcionam o clientelismo eleitoral, a mitificação de personagens, as falsas promessas de campanha, o "toma-lá-dá-cá" e mais deseducação que educação política do povo, esses políticos conseguem se reeleger e galgar posições de alto poder em governos, quaisquer que sejam as siglas e as alianças.

Na campanha do candidato Lula, o tema crucial da transposição era evitado o máximo possível. Mas as campanhas eleitorais, à base do marketing e das verbas de "caixa dois" das empresas, são tidas e havidas como grandes manifestações do vigor de nossa democracia, que, com urnas eletrônicas, dá exemplo até aos EUA...

O projeto de transposição não é democrático, porque não democratiza o acesso à água para as pessoas que passam sede na região semi-árida, distante ou perto do rio São Francisco.

O governo mente quando diz que vai levar água para 12 milhões de sedentos. É um projeto que pretende usar dinheiro público para favorecer empreiteiras, privatizar e concentrar nas mãos dos poucos de sempre as águas do Nordeste, dos grandes açudes, somadas às do rio São Francisco.

A transposição não tem nada a ver com a seca. Tanto que os canais do eixo norte, por onde correriam 71% dos volumes transpostos, passariam longe dos sertões menos chuvosos e das áreas de mais elevado risco hídrico. E 87% dessas águas seriam para atividades econômicas altamente consumidoras de água, como a fruticultura irrigada, a criação de camarão e a siderurgia, voltadas para a exportação e com seríssimos impactos ambientais e sociais.

Esses números são dos EIAs-Rima (Estudos de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente), públicos por lei, já que, na internet, o governo só colocou peças publicitárias.

O projeto de transposição é ilegal e vem sendo conduzido de forma arbitrária e autoritária: os estudos de impacto são incompletos, o processo de licenciamento ambiental foi viciado, áreas indígenas são afetadas e o Congresso Nacional não foi consultado como prevê a Constituição. Há 14 ações que comprovam ilegalidades e irregularidades ainda não julgadas pelo Supremo Tribunal Federal. Mas o governo colocou o Exército para as obras iniciais, abusando do papel das Forças Armadas, militarizando a região. A decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, de Brasília, em 10/12 deste ano, obrigando a suspensão das obras, é mais uma evidência disso.

O mais revoltante, porque chega a ser cruel, é que o governo insiste em chantagear a opinião pública, em especial a dos Estados pretensos beneficiários, com promessas de água farta e fácil, escondendo quem são os verdadeiros destinatários, os detalhes do funcionamento, os custos e os mecanismos de cobrança pelos quais os pequenos usos subsidiariam os grandes, como já acontece com a energia elétrica. Os destinos da transposição os EIAs/Rima esclarecem: 70% para irrigação, 26% para uso industrial, 4% para população difusa.

Temos um projeto muito maior. Queremos água para 44 milhões de pessoas no semi-árido. Para nove Estados, não apenas quatro. Para 1.356 municípios, não apenas 397. Tudo pela metade do preço previsto no PAC para a transposição.

O Atlas Nordeste da ANA (Agência Nacional de Águas) e as iniciativas da ASA (Articulação do Semi-Árido) são muito mais abrangentes, têm prioridade no abastecimento humano e utilizam as águas abundantes e suficientes do semi-árido. Fui chamado de fundamentalista e inimigo da democracia porque provoquei que o povo se levantasse e, disso, os "democratas" que me acusam têm medo. Por que não se assume a verdade sobre o projeto e se discute qual a melhor obra, qual o caminho do verdadeiro desenvolvimento do semi-árido? É nisso que consiste a nossa luta e a verdadeira democracia.

--------------------------------------------------------------------------------DOM FREI LUIZ FLÁVIO CAPPIO, 61, é bispo diocesano da cidade de Barra (BA) e autor do livro "Rio São Francisco, uma Caminhada entre Vida e Morte".

"FOLHA DE S. PAULO"

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

DOM CAPPIO

NÃO PODE MORRER!

SENHOR DEUS


DOS DESGRAÇADOS

“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus, Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?!”
(“Navio Negreiro”, Castro Alves)

Celso Lungaretti (*)

A greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio não admite meio-termo. Ou nos posicionamos com a dignidade de verdadeiros cidadãos ou nos igualamos aos seres abjetos que outrora compactuaram com a escravidão e hoje ignoram as súplicas de uma menina barbarizada à sombra do poder.

Passamos a vida recriminando a sordidez da política oficial e as negociatas que colocam recursos públicos a serviço de interesses privados. Como procedemos, no entanto, quando um bispo sexagenário ousa confrontar os abutres que saqueiam uma das regiões mais miseráveis do País e arrisca a vida em defesa do seu rebanho? O que estamos fazendo para apoiar esse altaneiro desafio às práticas viciadas e viciosas de nossa democracia? Pouco, quase nada.

De quantos outros escândalos e mares de lama precisamos para aprendermos a desconfiar de empreendimentos que governos tentam enfiar pela goela da comunidade adentro? Desta vez, até o Exército foi requisitado, para reforçar ainda mais a semelhança com os projetos faraônicos e as práticas totalitárias da ditadura militar...

Há fundadas suspeitas de que essa interligação das águas do rio São Francisco seja uma péssima aplicação dos recursos públicos, perdendo de longe para opções de menor custo e maior benefício, além de poder causar enorme dano ecológico.

A arrogância com que o Governo Federal trata as vozes dissonantes é uma confissão involuntária de que seu projeto não sobreviveria a um debate franco – aquele com que acenaram a dom Cappio para que encerrasse sua greve de fome de 2005, esquivando-se, depois, de cumprirem a promessa.

É uma falácia a pretensão do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, de que a vitória nas urnas equivalha a um cheque em branco para o Governo agir como bem entender durante quatro anos, sem prestar contas à comunidade.

E chega a ser risível sua afirmação de que “o diálogo não pode impedir que políticas públicas sejam implementadas”. Ou seja, dom Cappio poderia passar o tempo que quisesse dialogando com Geddel, enquanto os soldados estivessem tocando o projeto em ritmo de marcha acelerada, para torná-lo irreversível em proveito daquelas elites que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto vitupera na retórica e tão bem atende na prática.

É claro que o gesto extremo de dom Cappio seria desnecessário se o TCU e o Congresso Nacional cumprissem realmente sua missão de defender os interesses dos cidadãos. Mas, sabemos todos, há muito a cidadania está órfã.

Então, à luz dos ensinamentos cristãos, o bispo de Barra (BA) tem todos os motivos para tentar evitar que as verbas destinadas à região sejam novamente mal empregadas. Pois, em última análise, a vida dos humildes está colocada na balança e, na ótica oficiosa das autoridades oficiais, pesa muito menos do que os lucros dos poderosos.

Finalmente, aos áulicos e fariseus que invocam a Bíblia para proteger os vendilhões do templo, lembro que jamais Gandhi, dom Cappio e nem mesmo Bobby Sands buscaram o suicídio. Sua aposta foi sempre em despertar o senso de justiça que, diz Platão, é inerente ao ser humano.

Se o nosso senso de justiça continuar embotado e deixarmos dom Cappio morrer, nem mesmo o Deus dos desgraçados nos perdoará.

* Celso Lungaretti é jornalista e escritor.

Mais artigos em http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/





















ALMAS ENGAIOLADAS


o pássaro do cativeiro,fugiu,
ou foi libertado por você.
mas por causa do cativeiro,
seu "QI" ficou mirrado,
por causa do cativeiro,

transformou sua índole
de sobrevivência,
sua capacidade de resiliência,
por causa do cativeiro
vigiado noite e dia,
o pássaro já não sabia
mais ser ele ou nunca
descobriu o que era.

lá na esquina encontrou um louco,
que mostrou-lhe o que era ser.
mesmo com todos os olhares
ferozes e engaiolados a lhes perseguirem,
conseguiram compreender,

o louco e o pássaro se compreenderam.
juntos tentavam entender
outros pássaros e loucos desengaiolados.
liam livros,compreendiam
os artistas de rua,conversavam
com qualquer pessoa.
sentiam muita pena dos engaiolados
que não podiam compreender nem a si próprios.

porém,sabiam que existiam
"engaiolados" mais livres do
que a maioria,por habitarem
suas almas,como ninguém.


"ser ou não ser,eis a questão"!
compreender a si e aos outros,
eis a mesma questão!
somos quando compreendemos.
se você não compreende seu irmão,
ou qualquer outra pessoa,
é como se você assassinasse o cara
que divide a mesma
cela com você!
se você não lê,livros

ou a vida,você emburrece.
estar engaiolado,ser vigiado,

é um grande mal!
mas mal maior é quando
assimilamos a gaiola e
o vigiar em nossas almas.

Nadia Stabile - 11/12/07


*IMAGEM: sou eu aos 18 anos de idade.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Liberdade imediata


para o líder

camponês


José Ricardo

Rodrigues


Escrito por Liga Operária
07-Dez-2007
Na última quinta-feira, dia 29 de novembro, foi realizada em Recife uma manifestação com mais de 400 pessoas organizada pelo comitê de apoio aos camponeses de Quipapá que é composto pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário, Liga dos Camponeses Pobres, Movimento Feminino Popular, CEBRASPO, Sindicatos e diversas outras organizações democráticas. O movimento exige a liberdade do líder camponês José Ricardo Rodrigues, preso sem julgamento há mais de dois anos. O ato teve início a 13:00 na praça do Derby e dirigiu-se ao palácio do governo onde uma comissão foi recebida. Em seguida manifestantes se dirigiram ao prédio da Assembléia Legislativa onde ocorreu uma audiência pública para tratar da libertação do de José Ricardo.
www.ligaoperaria.org.br/alianca/notapara.htm
http://www.jornalorebate.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1457&Itemid=165


Entenda a atitude

do Frei Luiz Cappio.

Conheça as razões

técnicas contra

a transposição

e a favor de

alternativas viáveis.

A água vai se concentrar

nas mãos de quem

menos precisa.

- Da forma como o projeto de transposição foi colocado, ele atenderá diretamente a apenas 5% da superfície do semi-árido. Nenhuma das barragens da região do Seridó, por exemplo, onde o quadro das secas é mais acentuado no Rio Grande do Norte, receberá as águas da transposição.
- O problema do semi-árido nordestino não é a falta de água nos Estados envolvidos no projeto e sim a má distribuição, que não deixa a água chegar a quem mais precisa.
A transposição não resolve isso. Com ela, a água será levada, basicamente, para reservatórios que atendem às áreas urbanas ou às grandes produções irrigadas, e não até as cidades mais remotas, no sertão.
Um volume exorbitante de recursos escoando dos cofres públicos.
A Agência Nacional de Águas (ANA) concedeu o direito de outorga por 20 anos ao Ministério da Integração Nacional para executar o projeto de transposição, que tem o custo estimado pelo Governo Federal de R$ 4,5 bilhões. Porém, é realmente possível que esse custo chegue aos R$ 20 bilhões.
Além disso, a operação do sistema de transposição terá um custo anual de cerca deR$ 80 a R$ 100 milhões por ano, divididos entre os quatro Estados beneficiários do projeto: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Esse volume enorme de recursos vai
comprometer grande parte dos investimentos dos próximos governos, sem melhorar, de fato, o quadro de seca na região.
E quem vai pagar a conta?
- O projeto vai elevar o preço das tarifas de água e luz para a população, em função dos altos custos de operação
e manutenção do sistema. Hoje, no Nordeste, a água bruta não é cobrada e as famílias da região pagam apenas pelo bombeamento da fonte de suprimento até a área agrícola. Com a transposição, o custo da água será, no mínimo, 5 a 6 vezes maior do que os valores atualmente praticados na região.
- No Rio Jaguaribe, no Ceará, existe um grande número de produtores vazanteiros, que abastecem as feiras das regiões mais humildes, aproveitando-se da irrigação natural propiciada pelas cheias anuais do rio. Com o projeto de transposição, será liberada mais água dos açudes no Jaguaribe, como a barragem
do Castanhão, o que vai impedir a produção dessa horticultura excepcional e o abastecimento local.
- O São Francisco responde por 95% da energia elétrica do Nordeste. Com a transposição, a região vai perder cerca de 1% dessa produção. A saída para não haver falta de energia
será a composição com energia termoelétrica, o que implica na construção de uma usina local. Só que as usinas dessa categoria entram na cláusulade energia emergencial, ou seja, todo mundo terá que bancar os custos desse tapa-buraco.
Quem vai administrar a distribuição e a cobrança da água?
O papel do Governo Federal está restrito à construção da obra e à definição da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) como gestora do projeto. O acerto final dos critérios e das formas como a água será distribuída e cobrada dos usuários ficará a cargo das companhias estaduais de abastecimento, o que
envolve muitos interesses diferentes, e até opostos.
Há dezenas de projetos inacabados por descaso do Governo Federal.
Antes de tudo, é preciso concluir as dezenas de obras inacabadas ou quase destruídas em função da má gestão
. Há cerca de 180 mil hectares de projetos de irrigação paralisados na bacia do São Francisco, aguardando recursos, além de vários outros que estão sendo iniciados.
Jogo de interesses.
- 70% dos açudes públicos do Nordeste não estão disponíveis para a população. Ou seja, assim, como no que se refere à reforma agrária, a influência político-econômica na distribuição da água certamente exercerá grande força.
- As águas da transposição vão passar por muitas terras, de muitos proprietários, o que, novamente, envolverá uma luta de interesses. Para começar qualquer projeto desse nível é necessário fazer também a
regularização fundiária na região.
- Com tantos argumentos contra a transposição, fica claro que o projeto só está seguindo adiante como uma forma de enganar a opinião pública para fortalecer, em 2006, o presidente Lula em uma possível disputa pela reeleição ou o ministro da
Integração Nacional, Ciro Gomes, em uma eventual candidatura ao governo do Ceará. Parece um projeto feito sob encomenda para as empreiteiras, que tem como objetivo beneficiar a indústria e a agricultura exportadora da região, e não matar a sede do povo nordestino e dos animais.
- O Ibama já está em vias de liberar o início da transposição, porém, sem levar em conta a opinião e as necessidades das 34 comunidades indígenas e das 153 quilombolas que estão na área de abrangência do projeto.
O Banco Mundial e outros Estados da região estão contra o projeto.
- A pedido do Governo Federal, o Banco Mundial analisou a viabilidade do
projeto e sugeriu o adiamento da transposição, indicando que os recursos orçamentários deveriam ser investidos em sistemas de abastecimento locais, como a construção de mais adutoras e de cisternas para captação de água das chuvas; na revitalização do São Francisco e no fortalecimento do projeto Proágua Semi-Árido, que tem como objetivo garantir a ampliação da oferta de água de boa qualidade.
- Os Estados de Sergipe, Alagoas e Bahia são contrários ao projeto. Este último coloca-se contra com base nos estudos elaborados pelo Centro de Recursos Ambientais, pela Superintendência de Recursos Hídricos e pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, todos da Bahia.
É preciso revitalizar o rio antes de distribuir suas águas.
- O São Francisco está muito poluído pelo esgoto e pelos agrotóxicos despejados incessantemente. Para se ter uma idéia, dos 504
municípios que fazem parte dabacia do São Francisco, apenas 132 possuem obras de abastecimento de água e só 78 municípios dispõem de serviço de saneamento básico. Tornar o rio saudável é prioridade.
- Outros problemas sérios: o uso inadequado do solo, com os
grandes projetos de agricultura; o desmatamento grave na Bahia para a obtenção de carvão, provocado pelo avanço das siderúrgicas do Quadrilátero Ferrífero, no norte de Minas.
- Não há mais cheias no baixo São Francisco, o que prejudica muito a reprodução dos peixes. Além disso, 18 milhões de toneladas de terra por ano são despejadas no leito do rio e contribuem ainda mais para o seu assoreamento. A reconstituição das matas ciliares é a alternativa mais correta para barrar o assoreamento.
A perda de água com a transposição.
A evaporação no semi-árido é três vezes maior que a precipitação. A cada 4
litros armazenados, 3 evaporam. É por isso que em países como a África do Sul os reservatórios são tampados e, em Israel, a água é transportada por meio de tubulações de alta pressão.
As transposições que não deram certo.
- A China e a Índia usaram o método da transposição quando
não tinham nenhuma alternativa. Hoje, ambos enfrentam problemas de racionalização dos recursos hídricos e precisam investir no revestimento e na retificação dos canais para diminuir as perdas com a evaporação e a infiltração.
- Na Espanha, o Aqueduto Tejo-Segura não conseguiu atingir seus objetivos e precisou de uma demanda maior de água, forçando a construção de novos projetos de transposição.
- No Peru, o projeto Chavimochic, que retira água do Rio Santa, tem graves problemas de salinização do solo e de manejo da irrigação. Outra questão foi a escolha do sistema
de amortização da tarifa de água para sustentar os custos do projeto, que não gerou recursos suficientes para pagar os investimentos e custos de manutenção.
- Nos EUA, a transposição do Rio Colorado para o Rio Big Thompson gerou conflitos relacionados ao direito sobre as
águas entre os estados de fronteira, além de permitir a introdução de poluentes e outros contaminantes nos reservatórios da bacia receptora.
As alternativas realmente viáveis.
- As alternativas à transposição que se apresentam mais econômicas, eficientes e com menores impactos ambientais são: a revitalização do rio, o uso racional da água e a construção de cisternas e microbarragens.
- É necessário, primeiro, recuperar os mananciais, os olhos d’água e as nascentes; fazer o reflorestamento e resolver a
questão fundiária, principalmente nas áreas de preservação permanente (a menos de 30 metros do rio).
- Israel é um bom exemplo. A uso de tubulações de alta pressão permite o abastecimento ininterrupto e uniforme dos lugares distantes. Além disso, tanques de concreto e
depósitos abertos foram incorporados ao projeto para o constante abastecimento de água. O modelo israelense evita a salinização, a poluição e as perdas e ainda uniformiza a distribuição, fazendo a água chegar até as regiões mais remotas e necessitadas.
- Antes de se pensar em transposição, os investimentos deveriam ir para a construção de poços, de adutoras para interligar açudes e de barragens subterrâneas. Obras menores do ponto de vista geográfico, porém, maiores do ponto de vista humano.
Parte das informações aqui encontradas foram extraídas do jornal O Estado de São Paulo, de 30/9/2005.

http://www.umavidapelavida.com.br/contra_favor.html

LEIA : Carta ao Povo do Nordeste 30/11/2007

http://www.umavidapelavida.com.br/detalhes_cartas.asp?ID=14

Movimentos sociais

já preparam novos

protestos contra

a transposição

Por Mykaela Plotkin 09/07/2007 às 18:39


À frente os índios cantavam o toré. No alto, a bandeira do Brasil dividia espaço com as dos movimentos participantes da manifestação e com uma faixa ? ?Não à transposição, conviver com o semi-árido é a solução?. Cantando palavras de ordem e guiados pelo ritmo indígena, os acampados saíram da área ocupada na fazenda Mãe Rosa, destinada ao início das obras do projeto de ?integração das bacias do Rio São Francisco?, de cabeça erguida, em marcha rumo ao assentamento Jibóia, de trabalhadores ligados ao MST ? Movimento Sem Terra, a 2km do centro de Cabrobó. ?Esse é só o começo de uma série de mobilizações contra o projeto?, diz Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra de Pernambuco (CPT PE). Até agora não se sabe onde nem como será a próxima ação do movimento. ?Viemos exigir a imediata suspensão das ações que dão início às obras da transposição. Em sinal de outro desenvolvimento, voltado para a população e não para o capital, nos irmanamos ao Povo Truká e aos indígenas de todo o Nordeste na retomada desta terra, da Fazenda Mãe Rosa, desapropriada para a transposição, território Truká desde tempos imemoriais?, afirmam os acampados em manifesto. Foi para impedir o avanço das obras e para a retomada do território pelos Truká, que diversos movimentos sociais, juntamente com comunidades tradicionais, pescadores, quilombolas e povos indígenas, agregando mais de mil pessoas, ocuparam, no início na madrugada do dia 26, o canteiro de obras do canal norte da Transposição do Rio São Francisco, no Km 29 da BR, entre Cabrobó e Orocó (PE). Por surpresa, ao chegarem ao terreno, depois de um mês do anúncio de início das atividades, só havia um buraco escavado. ?O Exército estava lá só pra proteger a área pra as grandes empreiteiras fazerem a obra. Então, a partir do acampamento, surgiu mais essa denúncia?, acrescenta Plácido, ao lembrar que segundo informes nacionais a construção dos canais ficaria a cargo dos Batalhões de Engenharia do Exército. Foram oito dias de acampamento. Nesse tempo, enquanto helicópteros sobrevoavam o local, as 1.500 pessoas que formavam a manifestação discutiram alternativas para o semi-árido; celebraram ato ecumênico junto aos bispos Luiz Cappio e José Geraldo, das Dioceses de Barra e Juazeiro(BA). Na tarde da quarta-feira, fizeram o enterro simbólico do projeto. Dentro do buraco encontrado, durante a visita do Ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, cerca de 200 indígenas, representantes de 16 povos, dançaram um toré e impuseram um fim à transposição. Em seguida, foram colocados no buraco os marcos de concreto deixados pelo Exército, jogou-se terra, fincou-se uma cruz e, por fim, foram plantadas mudas de espécies nativas. Além dos acampamentos, já se somam quase uma centena de manifestações públicas; o diálogo com o Governo segue, porém, paralisado. ?Tem sido sempre assim com a transposição, o governo diz que quer dialogar, achar a melhor alternativa, mas na verdade não aceita a possibilidade de mudar de opinião, mudar o projeto?, diz Rubem Siqueira, integrante da CPT-BA, um dos coordenadores do acampamento. Os Truká, na madrugada do dia cinco, ocuparam uma nova fazenda, a Lameirão, a oito quilômetros de Cabrobó para alimentar a demanda do território a ser demarcado. ?A FUNAI criou um Grupo de Trabalho para identificar a área onde está o canteiro de obras da transposição como área indígena e reconheceu que o seu antecessor deu o aval da entidade a respeito da transposição nos territórios indígenas irresponsavelmente?, completa Rubem, dando uma informação que não esteve à vista nos veículos controlados por empresas privadas de comunicação. A manifestação, ainda que reprimida com a força do aparato policial, cumpriu o papel de denúncia e conseguiu paralisar por algum tempo a transposição no eixo norte. ?Até o grupo coordenador do projeto caiu. O Rômulo Macedo, foi demitido e nós continuamos aqui junto com os índios, para continuar a nossa luta?, lembra Rubem. (...) (continue lendo no link)

http://prod.midiaindependente.org/pt/blue//2007/07/387700.shtml
Governo descumpre

acordo sobre Rio

São Francisco e

Dom Cappio retoma

GREVE DE FOME

Por Transposição do Rio São Francisco

07/12/2007 às 15:19

Nesta quinta mais de mil pessoas bloquearam uma ponte da BR 242, no município Ibotirama (BA), interrompendo assim a principal rodovia que liga Salvador e Brasília, fizeram parte desse ato em apoio à Dom Cappio movimentos sociais ligados à questão da terra e da Igreja.
"O São Francisco precisa urgentemente de cuidados, não de mais um uso ganancioso que se soma aos muitos que lhe foram impostos e o estão destruindo."
Com estas palavras, em suas cartas enviadas ao Presidente Lula e à população, Dom Cappio, apoiado por diversos movimentos sociais, retoma sua greve de fome, iniciada pela primeira vez em 2005, contra o projeto de transposição do Rio São Francisco. Nesta volta ao jejum, Cappio diz ter mais determinação, para retirar o exército brasileiro das margens do rio e barrar tais obras, divulgando o processo de fim de diálogo e imposição por parte do governo.
Lembrando ao Sr. Presidente que: "No dia 6/10/05, em Cabrobó-PE, assumimos juntos um compromisso: o de suspender o processo de Transposição de Águas do Rio São Francisco e iniciar um *amplo diálogo*, *governo e sociedade civil brasileira* , na busca de alternativas para o desenvolvimento sustentável para todo o semi-árido. Diante disso, suspendi o jejum e acreditei no pacto e no entendimento.


http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/12/405111.shtml

LEIA : Carta ao Povo do Nordeste 30-11-2007
http://www.umavidapelavida.com.br/detalhes_cartas.asp?ID=14

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