ABAIXO O FANTÁSTICO!!! ÍNDIO NÃO É BOBO DA CORTE!

"Fantástico",neste domingo ,dia 2 de Dezembro não poderia ter feito estrago maior!
Justo no dia de inauguração da tv digital na região metropolitana de São Paulo!!
Fazer piléria da cultura alheia!! QUE COISA DEPRIMENTE!!
Por que eles não fazem isso no batizado ou na festa de debutantes dos filhos da elite!?
Por que? tratar uma festa indígena como "Carnaval" além de culturalmente incorreto,
demonstra total ignorância e desrespeito da Rede Globo. Será que consideraram que este seria um grande espetáculo colorido e "folclórico" para os donos de tvs com alta definição!?
Que em sua maioria só podem ser da elite,pois quem mais tem cinco ,quinze mil reais ,ou mais para ter um televisor deste tipo!? Será que a rede Globo e os donos desses televisores sabem que índio não possui folclore?! e o que presenciaram ali é cultura indígena pura!?
só que com um agravante,compraram o tempo dos índios,como quem contrata uma banda para tocar no baile de debutantes da filha! Caramba! será que não basta o que já fizeram com nosso Carnaval!? agora querem mexer com coisa mais delicada!!! Seria bem melhor terem comprado os direitos da super série(esta sim reporta a vida real dos índios) produzida pela Tv Cultura! se sairiam bem melhor! Onde estão os etnólogos e antropólogos nessa hora!? Será que a rede Globo sabe que eles existem?

Nadia Stabile - 06/12/2007

O QUE SE ODEIA

NO ÍNDIO

Reynaldo Jardim


O que se odeia no índio

não é apenas o espaço ocupado.

O que se odeia no índio

é o puro animal que nele habita.

O que se odeia no índio

é a sua cor em bronze arquitetada.

A precisão com que a flecha voa e abate a caça;

o gesto largo com que abraça o rio;

o gosto de afagar as penas e tecer o cocar;

O que se odeia no índio

é o andar sem ruído;

a presteza segura de cada movimento;

a eugenia nítida do corpo erguido contra a luz do sol.

O que se odeia no índio é o sol.

A árvore se odeia no índio.

O rio se odeia no índio.

O corpo-a-corpo com a vida se odeia no índio.

O que se odeia no índio é a permanência da infância.

É a liberdade aberta que se odeia no índio.