68,40 anos depois:
lembrança festiva
versus revolta
contra o presente
Publicado em 21.04.2008
por Conselho Editorial
Nos 40 anos de 1968, toda a "esquerda", e mesmo a imprensa abertamente reacionária, como a própria Rede Globo, faz comemorações festivas lembrando a data com fofocas, cronologias e curiosidades. Na verdade, a grande maioria dessas "comemorações" festivas apaga o real significado das lutas estudantis e operárias de 68 e apaga as contradições violentas do presente—2008—, tentando confinar a revolta e a violência de 68 num passado distante.
Se em 68 a juventude se levantava em todo o mundo contra o conteúdo reacionário ensinado nas escolas e universidades, contra a cultura burguesa decadente, contra a guerra, a exploração e a barbárie do capital, por uma nova cultura e por uma nova vida, hoje, em 2008, essas contradições—guerra, barbárie, desemprego, transformação da arte, da universidade e da cultura em mercadorias— não só permanecem, como se tornaram muito mais aberrantes, e os estudantes começam novamente a se movimentar.
UnB e Unifesp: TERRITÓRIO LIVRE em 68, burocracia corrupta em 2008
A luta dos estudantes da Universidade de Brasília em 68 é uma das grandes referências da luta estudantil contra a ditadura no Brasil. A recente ocupação da reitoria da UnB, com assembléias massivas e atos radicalizados, também é um dos grandes acontecimentos que marcam o renascimento do movimento estudantil em 2007-2008. Mas basta uma breve comparação entre os dois movimentos para perceber o processo de decadência total da universidade no Brasil nesses 40 anos.
De 1964 a 1968, a UnB teve dezenas de professores e mesmo reitores afastados, sofreu intervenções diretas da ditadura, e ocorreram várias invasões policiais para reprimir estudantes e professores que defendiam a liberdade de pensamento que caracterizava o projeto original da universidade. Os estudantes em luta chegaram a ocupar a universidade e decretar o TERRITÓRIO LIVRE, armando barricadas para enfrentar a repressão policial.
Em 2008, os estudantes ocuparam a reitoria para derrubar o reitor corrupto que usou mais de R$ 500 mil reais, com cartão corporativo do governo e através de uma fundação ligada à UnB, para financiar seu apartamento de luxo, automóvel e outras regalias. Ou seja; hoje o governo não precisa intervir na universidade, pois a própria burocracia que dirige a universidade não tem mais nenhum projeto libertário que entre em conflito com a festa da corrupção e do uso privado do Estado.
Isso é o que resta da universidade. Se em 68 os estudantes da UnB defendiam a universidade e os professores contra a intervenção da ditadura, em 2008 ocuparam a reitoria contra a corrupção do próprio reitor e a conivência dos demais professores dirigentes! E que dizer do reitor da Unifesp, que pagou jantares de luxo, artigos esportivos, computadores e até hotel na Disney com cartão corporativo do governo federal?!
A Maria Antônia virou um shopping "cultural"
No mesmo sentido, a antiga Faculdade de Filosofia da USP na Rua Maria Antônia, símbolo da resistência estudantil contra a repressão em 68, sofreu da própria USP um atentado só comparável aos ataques dos fascistas do Mackenzie que atiraram contra os estudantes e queimaram o edifício em 68.
Depois de ser atacada e incendiada, a Filosofia foi transferida para a Cidade Universitária no Butantã. Hoje, o prédio da Maria Antônia está fechado pela própria burocracia acadêmica, há catracas na entrada, e ele abriga exposições de luxo e cursos pagos!
O TUSP, teatro que fica no mesmo edifício, está praticamente morto, e a burocracia chega a vetar o uso do espaço para atividades de caráter questionador e libertário.
França: juventude se levanta contra retirada de direitos
Foi na França que a juventude mostrou toda sua força em maio de 1968. A partir da revolta nas universidades, o levante operário-estudantil parou o país, tomou as ruas com manifestações, pixações e barricadas, e chegou a fazer o governo fugir do país!
Hoje a França é novamente tomada por grandes manifestações da juventude. Universitários, secundaristas e desempregados têm lutado para resistir aos ataques dos governos que querem acabar com a educação, com o emprego e com todos os direitos sociais dos franceses para aumentar o lucro das grandes empresas. O atual presidente, Sarkozy, diz abertamente que é preciso "acabar com a herança de 68".
Retomar a herança de 1968!
A juventude começa a se movimentar no Brasil, na França, no Chile e em todo o mundo contra a destruição da escola, da universidade, contra a corrupção, contra a barbárie e a destruição de todas as perspectivas. Greves, ocupações e manifestações radicalizadas têm acontecido cada vez mais. A juventude começa a dizer que não aceitará a realidade morta imposta por reitores, diretores e governantes como Mulholland, Serra, Lula e Sarkozy! A juventude começa a dizer que não abrirá mão de sonhar e lutar para transformar a realidade!
Retomar a herança de 1968!
Por uma nova escola, por uma nova universidade!
Por uma nova cultura, por uma nova vida!
Se em 68 a juventude se levantava em todo o mundo contra o conteúdo reacionário ensinado nas escolas e universidades, contra a cultura burguesa decadente, contra a guerra, a exploração e a barbárie do capital, por uma nova cultura e por uma nova vida, hoje, em 2008, essas contradições—guerra, barbárie, desemprego, transformação da arte, da universidade e da cultura em mercadorias— não só permanecem, como se tornaram muito mais aberrantes, e os estudantes começam novamente a se movimentar.
UnB e Unifesp: TERRITÓRIO LIVRE em 68, burocracia corrupta em 2008
A luta dos estudantes da Universidade de Brasília em 68 é uma das grandes referências da luta estudantil contra a ditadura no Brasil. A recente ocupação da reitoria da UnB, com assembléias massivas e atos radicalizados, também é um dos grandes acontecimentos que marcam o renascimento do movimento estudantil em 2007-2008. Mas basta uma breve comparação entre os dois movimentos para perceber o processo de decadência total da universidade no Brasil nesses 40 anos.
De 1964 a 1968, a UnB teve dezenas de professores e mesmo reitores afastados, sofreu intervenções diretas da ditadura, e ocorreram várias invasões policiais para reprimir estudantes e professores que defendiam a liberdade de pensamento que caracterizava o projeto original da universidade. Os estudantes em luta chegaram a ocupar a universidade e decretar o TERRITÓRIO LIVRE, armando barricadas para enfrentar a repressão policial.
Em 2008, os estudantes ocuparam a reitoria para derrubar o reitor corrupto que usou mais de R$ 500 mil reais, com cartão corporativo do governo e através de uma fundação ligada à UnB, para financiar seu apartamento de luxo, automóvel e outras regalias. Ou seja; hoje o governo não precisa intervir na universidade, pois a própria burocracia que dirige a universidade não tem mais nenhum projeto libertário que entre em conflito com a festa da corrupção e do uso privado do Estado.
Isso é o que resta da universidade. Se em 68 os estudantes da UnB defendiam a universidade e os professores contra a intervenção da ditadura, em 2008 ocuparam a reitoria contra a corrupção do próprio reitor e a conivência dos demais professores dirigentes! E que dizer do reitor da Unifesp, que pagou jantares de luxo, artigos esportivos, computadores e até hotel na Disney com cartão corporativo do governo federal?!
A Maria Antônia virou um shopping "cultural"
No mesmo sentido, a antiga Faculdade de Filosofia da USP na Rua Maria Antônia, símbolo da resistência estudantil contra a repressão em 68, sofreu da própria USP um atentado só comparável aos ataques dos fascistas do Mackenzie que atiraram contra os estudantes e queimaram o edifício em 68.
Depois de ser atacada e incendiada, a Filosofia foi transferida para a Cidade Universitária no Butantã. Hoje, o prédio da Maria Antônia está fechado pela própria burocracia acadêmica, há catracas na entrada, e ele abriga exposições de luxo e cursos pagos!
O TUSP, teatro que fica no mesmo edifício, está praticamente morto, e a burocracia chega a vetar o uso do espaço para atividades de caráter questionador e libertário.
França: juventude se levanta contra retirada de direitos
Foi na França que a juventude mostrou toda sua força em maio de 1968. A partir da revolta nas universidades, o levante operário-estudantil parou o país, tomou as ruas com manifestações, pixações e barricadas, e chegou a fazer o governo fugir do país!
Hoje a França é novamente tomada por grandes manifestações da juventude. Universitários, secundaristas e desempregados têm lutado para resistir aos ataques dos governos que querem acabar com a educação, com o emprego e com todos os direitos sociais dos franceses para aumentar o lucro das grandes empresas. O atual presidente, Sarkozy, diz abertamente que é preciso "acabar com a herança de 68".
Retomar a herança de 1968!
A juventude começa a se movimentar no Brasil, na França, no Chile e em todo o mundo contra a destruição da escola, da universidade, contra a corrupção, contra a barbárie e a destruição de todas as perspectivas. Greves, ocupações e manifestações radicalizadas têm acontecido cada vez mais. A juventude começa a dizer que não aceitará a realidade morta imposta por reitores, diretores e governantes como Mulholland, Serra, Lula e Sarkozy! A juventude começa a dizer que não abrirá mão de sonhar e lutar para transformar a realidade!
Retomar a herança de 1968!
Por uma nova escola, por uma nova universidade!
Por uma nova cultura, por uma nova vida!
"MOVIMENTO NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO" - MNN - USP
"A produção capitalista produz, com a inexorabilidade de um processo natural, sua própria negação. É a negação da negação."
"Marx" - O Capital. Livro I - Cap. XXIV, 1867.
"Marx" - O Capital. Livro I - Cap. XXIV, 1867.
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