Rodar cativo
Os minutos se passam
quase
audíveis
em refrão recorrente.
As horas se somam
plausíveis
cheias de promessa e sem nada deixar.
Os dias escorrem
entre os dedos
ceifados do calendário
e cerzidos na pele dos homens.
Os anos morrem
Amiúde
a cada manhã
retirados das pretensões gregorianas.
Como um filete no engenho d’água
os minutos, as horas, os dias e os anos
num rodar cativo, errático desperdício
incontrolável, surda repetição.
"Ricardo Sant' anna Reis"
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