quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Por que a economia colonial e imperial baseou-se no trabalho escravo? E A HISTÓRIA E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA

O latifúndio monocultor no brasil exigia uma mão-de-obra permanente.
era inviável a utilização de portugueses assalariados, já que a intenção não era vir para trabalhar, e sim para se enriquecer no brasil.

o sistema capitalista nascente não tinha como pagar salários para milhares de trabalhadores, além do que, a população portuguesa que não chegava aos 3 milhões, era considerada reduzida para oferecer assalariados em grande quantidade.

quem foi utilizado como escravo nos períodos colonial e imperial?

embora o índio tenha sido um elemento importante para formação da colônia, o negro logo o suplantou, sendo sua mão-de-obra considerada a principal base, sobre a qual se desenvolveu a sociedade colonial brasileira.

na fase inicial da lavoura canavieira ainda predominava o trabalho escravo indígena. parece-nos então que argumentos tão amplamente utilizados, como inaptidão do índio brasileiro ao trabalho agrícola e sua indolência caem por terra.

a história verdadeira mostra que a reação do nativo foi tão marcante, que tornou-se uma ameaça perigosa para certas capitanias como espírito santo e maranhão. além da luta armada, os indígenas reagiram de outras maneiras, ocorrendo fugas, alcoolismo e homicídios como forma de reação à violência estabelecida pelo escravismo colonial. todas essas formas de reação dificultavam a organização da economia colonial, podendo assim, comprometer os interesses mercantilistas da metrópole, voltados para acumulação de capital. destaca-se também, a posição dos jesuítas, que voltados para catequese do índio, opunham-se à sua escravidão.

apesar de todos esses obstáculos, o indígena é amplamente escravizado, permanecendo como mão-de-obra básica na economia extrativista do norte do brasil, mesmo após o término do período colonial.

por que então que o índio cede lugar para o negro como escravo no brasil?

a maior utilização do negro como mão-de-obra escrava básica na economia colonial, deve-se principalmente ao tráfico negreiro, atividade altamente rentável, tornando-se uma das principais fontes de acumulação de capitais para metrópole.

exatamente o contrário ocorria com a escravidão indígena, já que os lucros com o comércio dos nativos não chegava até a metrópole.

torna-se claro assim, o ponto de vista defendido pelo historiador fernando novais, de que "o tráfico explica a escravidão", e não o contrário.

para os portugueses, o tráfico negreiro não era novidade, pois desde meados do século xv , o comércio de escravos era regular em portugal, sendo que durante o reinado de d. joão ii o tráfico negreiro foi institucionalizado com a ação direta do estado português, que cobrava taxas e limitava a participação de particulares.

quanto à procedência étnica do negro, destacaram-se dois grupos importantes: os bantos, capturados na África equatorial e tropical provenientes do congo, guiné e angola, e os sudaneses, vindos da África ocidental, sudão e norte da guiné.

interessante observarmos que entre os elementos deste segundo grupo, destacavam-se muitos negros islamizados, responsáveis posteriormente por uma rebelião de escravos ocorrida na bahia em 1835, conhecida como a revolta dos malês.

a resistência

do negro: os quilombos.


desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo (nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão o levando à morte) e pelos quilombos, várias foram as formas de resistência do negro à escravidão, sendo a formação dos quilombos a mais conseqüente.

os quilombos eram aldeamentos de negros que fugiam dos latifúndios, passando a viver comunitariamente. o maior e mais duradouro foi o quilombo dos palmares, surgido em 1630 em alagoas, estendendo-se numa área de 27 mil quilômetros quadrados até pernambuco. desenvolveu-se através do artesanato e do cultivo do milho, feijão, mandioca, banana e cana-de-açúcar, além do comércio com aldeias vizinhas.

seu primeiro líder foi ganga zumba, substituído depois de morto por seu sobrinho zumbi, que tornou-se a principal liderança da história de palmares. zumbi foi covardemente assassinado em 1695 pelo bandeirante domingos jorge velho, contratado por latifundiários da região.

apesar dos muitos negros mortos em palmaras, a quantidade de escravos crescia muito e em 1681 atingia a cifra de 1 milhão de negros trazidos somente de angola.

o grande número de negros utilizado como escravos, deixa clara a alta lucratividade do tráfico negreiro, responsável inicialmente pelo abastecimento da lavoura canavieira em expansão nos séculos xvi e xvii e posteriormente nas áreas de mineração e da lavoura cafeeira nos séculos xviii e xix respectivamente.

A história e cultura

afro-brasileira na escola



A lei nº 10.639, de 2003, ou a ldb e passou a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira. o fato foi considerado pelos movimentos de luta dos negros em todo o país como um importante passo.
sua aplicação prática, no entanto, ainda é desafio para toda a comunidade escolar, especialmente para os professores: como sair da teoria? como e onde buscar material, isto é um grande desafio a ser cumprido.

História x Autalidades


Infelizmente, ainda a população “negra” no brasil, ocupa na área empregatícia, ocupa a posição de peão ou chão de fábrica, por não ter as mesmas oportunidades de crescimento que a grande parte da população “branca” tem. isto tudo é um reflexo de mais de 500 anos de história, onde o preconceito ainda está presente em piadinhas sem graça e que só desmoralizam um ser humano igual a tantos outros.


A exclusão existente no mundo do trabalho também se dá no sistema educacional. dos 28.234.039 estudantes do ensino fundamental, 52,0% são brancos, 43,1% são pardos e 4,5%, pretos. no ensino médio, que tem 3.760.935 alunos, as proporções correspondentes são 65,3%, 30,1% e 3,3%, para brancos, pardos e pretos, respectivamente, e, cursando o ensino superior, existem 1.665.982 estudantes, sendo 78,6% deles brancos, 17,4% de pardos e 1,4% de pretos (fonte: anuário estatístico do brasil 1992, rio de janeiro: ibge, v. 52, 1992. disponível em www.ibge.gov.br em "estatísticas do século xx", tema "educação")

http://www.hploco.com/ims/Historia_e_Atualidades_da_Cultura_Afro-Brasileira.html.

FONTE: INSTITUTO AFRO-BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL MILTON SANTOS

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