segunda-feira, 24 de setembro de 2007























O TRABALHO DOMÉSTICO,

SEGUNDO KARL MARX...

...e posteriormente Engels em “A origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, a primeira divisão do trabalho na família se dá através do ato sexual e da procriação. A apontam como uma divisão “natural”, como se o trabalho doméstico fosse inerente à condição feminina, ou como se fosse um fato da “natureza” e não como resultado das relações sociais de produção.(...)

"Mulher no Mercado de Trabalho - Em busca de Justiça Igualitária"

Por Quezia Lucena 07/04/2005

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/04/312672.shtml

(...)Eles querem o seu tempo em medida suficiente para se apoderar de você, mesmo quando não têm necessidade da maior parte dele. Senão, por que a jornada semanal média não diminuiu mais do que alguns minutos nos últimos 60 anos?A seguir, podemos passar o facão na produção propriamente dita. Chega de indústria bélica, energia nuclear, junk food, desodorante íntimo feminino - e, sobretudo, chega de indústria automotiva. Um Stanley Steamer ou um modelo T(6) ocasionais são até aceitáveis, mas o auto-erotismo do qual dependem pocilgas como Detroit e Los Angeles está fora de cogitação. De cara, sem nenhum esforço, virtualmente resolvemos a crise de energia, a crise ambiental e outros variados problemas ambientais insolúveis.Finalmente, precisamos acabar com aquela que é de longe a ocupação com mais funcionários, com a jornada mais longa, o salário mais baixo e algumas das tarefas mais tediosas que existem. Refiro-me às donas de casa que fazem o trabalho doméstico e criam filhos. Abolindo o trabalho assalariado e alcançando o pleno desemprego, sabotamos a divisão sexual do trabalho. O núcleo familiar que conhecemos é uma adaptação inevitável à divisão do trabalho imposta pelo trabalho assalariado moderno. Gostando ou não, do jeito que as coisas estiveram nos últimos 100 ou 200 anos era racional, do ponto de vista econômico, que o homem sustentasse a família, que a mulher se matasse no fogão e no tanque e proporcionasse ao marido um porto seguro num mundo desalmado. Também fazia sentido que as crianças marchassem para os campos de concentração juvenis chamados "escolas", sobretudo para saírem da barra da saia da mamãe - mas de forma que ainda fossem mantidas sob controle - e, de forma secundária, também para que adquirissem os hábitos de obediência e pontualidade tão necessários aos trabalhadores. Se quiser se livrar do patriarcado, livre-se do núcleo familiar, cujo "trabalho invisível"(7) não-remunerado, como diz "Ivan Illich", possibilita o sistema de trabalho que torna a família necessária. Ligadas a essa estratégia antinuclear estão a abolição da infância e o fechamento das escolas. Há mais estudantes em período integral do que trabalhadores em período integral neste país. Precisamos das crianças como professoras, não como alunas. Elas têm muito a contribuir para a revolução lúdica porque sabem brincar melhor do que os adultos. Adultos e crianças não são idênticos, mas vão se tornar iguais por meio da interdependência. Somente a brincadeira pode acabar com o conflito de gerações.(...)

"A Abolição do Trabalho"
por Bob Black - tradução: Michele de Aguiar Vartuli

http://ervadaninha.sarava.org/bobblackabol.html

O trabalho doméstico é como se fosse "invisível" como diz Illich!A jornada dupla da maioria das mulheres é vista como algo sem nenhuma importância pelos homens!Numa sociedade onde isso ainda é aceito como normal,fica difícil almejar que homens e mulheres respeitem-se mutuamente.Os homens custam a abrir mão de seus tradicionais privilégios.Isto já é algo muito antigo,tão antigo quanto exigir das mulheres que casem-se virgens!Quando será que estes hábitos ultrapassados e desumanos sumirá das cabeças dos homens?e também quando as mulheres deixarão de portarem-se como meros objetos?

*OBRA DE "Vermeer" c.1660(segunda imagem)

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