quarta-feira, 17 de outubro de 2007









TEORIA

DA
INVISIBILIDADE


literatura marginal:


Livro "Cabeça de Porco"

lançado em 2005

Autores
Celso Athayde
Luiz Eduardo Soares
MV Bill

Este livro reúne três histórias de vida, três cabeças infernizadas pela mesma pergunta: qual é a saída para a violência absurda, a injustiça desumana, a desigualdade degradante em nosso país?
Cabeça de Porco é o resultado de um trabalho em duas fontes: entrevistas e filmagens feitas por MV Bill e seu empresário Celso Athayde nos últimos sete anos em favelas de nove estados brasileiros sobre crianças e jovens que vivem no mundo do crime, suas razões e a dimensão humana de suas vidas. A esta pesquisa original, relatada com a emoção de quem assistiu de perto à situações perigosas, se associam os textos do antropólogo Luiz Eduardo Soares – um conjunto de registros etnográficos sobre juventude, violência e polícia.
Os dois projetos se encontraram, porque os valores e a interpretação dos problemas eram convergentes, e os três autores decidiram completar suas respectivas tarefas com um conjunto de entrevistas qualitativas realizadas em 2003 pelos professores Helio Raimundo Santos Silva e Miriam Guindani.
Celso e MV Bill sintetizaram toda a carga de informações sociais e culturais acumulada por sua pesquisa em narrativas que preferiram escrever em primeira pessoa, para enriquecer suas descrições com os sentimentos vividos e as interpretações que as experiências suscitaram. Em diálogo permanente com os co-autores, Luiz Eduardo teceu a rede dos textos, procurando combinar interpretações com retratos os mais fiéis possíveis de cenas vividas por um sem-número de personagens, todos verdadeiros, imersos em situações reais – ainda que sob nomes fictícios e em cenários ligeiramente alterados para lhes resguardar as identidades, como determina a ética de toda pesquisa social. Em alguns casos, não se furtou a reconhecer que era ele mesmo o protagonista. Tomou sua passagem por governos como oportunidades para observação e registro de episódios reveladores do funcionamento subjetivo e social da violência e da insegurança pública.
O propósito do livro é traçar um painel realista sobre a violência instalada no Brasil. A intenção não é denunciar. É compartilhar com os leitores preocupações e reflexões, na perspectiva de manter viva a esperança.
Os autores não gostariam que este fosse considerado um livro sobre o crime e a violência, melancólico e bonito como flores na sepultura. Desejam que ele seja lido e usado como uma ferramenta cheia de vida a serviço da construção das saídas. Segundo Luiz Eduardo "não há, entre nós, dogmas ou disputas pela verdade (...) o livro revela o que temos de semelhante, nossa sensibilidade para enxergar esse universo, e não as nossas diferenças socioeconômicas."
Luiz Eduardo Soares é cientista social e antropólogo. Participou do governo do Estado do Rio, de janeiro de 1999 a março de 2000, na condição de subsecretário de segurança pública e coordenador de segurança, justiça e cidadania. Colaborou com o governo municipal de Porto Alegre, de março a dezembro de 2001 como consultor responsável pela formulação de uma política municipal de segurança. Foi secretário nacional de segurança pública, do governo federal, de janeiro a outubro de 2003, iniciando a implantação do plano nacional de que foi um dos fundadores. Em 2000 foi pesquisador visitante sobre o mesmo tema no Vera Institute of Justice de Nova York e da Columbia University. Atualmente é professor da UERJ e diretor do Instituto pela Promoção do Sistema único de Segurança Pública. Tem 10 livros publicados, entre eles o romance "Experimento de Avelar", premiado pela Associação de Críticos Brasileiros em 96, e "Meu Casaco de General", finalista do Jabuti em 2000, onde relatou sua experiência na coordenação de segurança pública no Rio de Janeiro.
MV Bill é carioca da Cidade de Deus, onde mora até hoje. Com um repertório musical marcado pela denúncia social e política, tornou-se um dos mais famosos e respeitados rappers do país. Recebeu vários prêmios por sua atuação no movimento hip-hop, como o destaque do ano da Unicef em 2004 e, em 2003, como um dos rappers mais politizados dos últimos dez anos, prêmio também concedido pela Unicef. No Fórum Mundial das Culturas, em Barcelona, em 2003, recebeu das Nações Unidas um documento que o consagro, junto a artistas de vários países, como Cidadão do Mundo.
Celso Athayde é um dos mais atuantes empresários de rap e hip-hop do país e um dos fundadores da CUFA (Central Única de Favelas).


http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/555

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