1º Dia Internacional
de Histórias de Vida
reúne 18 países.
Por Paula King
Conscientizar e mobilizar organizações e pessoas sobre a importância de compartilhar histórias de vida. Com base neste ideal, no último dia 16 de maio, foi comemorado o 1º Dia Internacional de Histórias de Vida, em 18 países.
Organizada pelo Museu da Pessoa, em parceria com o Center for Digital Story Telling, dos Estados Unidos, a idéia de escolher um dia para promover a contação de histórias de vida pelo mundo surgiu no ano passado, no Canadá, durante um encontro internacional. “Nossa rede acredita que uma história pode mudar o jeito que o sujeito vê o mundo. A partir de uma história é possível quebrar preconceitos e estereótipos”, explica a responsável pelas Redes Internacionais e Sociais do Museu da Pessoa, Ana Nassar. “Queríamos fazer um dia para contar e, principalmente, ouvir histórias”.
Para abrir as ações no Brasil, imigrantes japoneses da cidade de Nagasaki, membros da Associação de Vítimas de Bomba Atômica no Brasil, foram convidados pelo Museu da Pessoa para compartilhar suas memórias. Sobreviventes da bomba atômica que desolou a cidade em 1945, suas vidas nunca mais foram iguais. A bomba matou mais de 40 mil pessoas. Num encontro em São Paulo (SP), esses senhores deixaram suas histórias gravadas para quem quiser ouvir.
Para a realização do dia, as instituições responsáveis, desde novembro do ano passado, buscaram outras organizações de diversos países para promoverem eventos no dia 16. Como resultado, em seu ano de estréia, o Dia Internacional de Histórias de Vida contou com mais de 90 eventos em 18 países.
Durante todo o dia, organizadores de diversos países proporcionaram rodas de histórias (dinâmica de grupo que, a partir de um tema comum, promove a contação de histórias que se relacionam e formam uma história coletiva), peças de teatro e eventos virtuais. No Second Life, por exemplo, as pessoas virtuais se reuniram para dividir experiências de vida.
“Também criamos um blog aberto para todos os organizadores dos eventos escreverem e contarem um pouco sobre as atividades que estão realizando”, esclarece Ana. Segundo a organizadora, as ferramentas virtuais deram muito suporte na preparação e divulgação do dia, que mesmo sem nenhum apoio financeiro atingiu muitas organizações. “Esse movimento deu certo, pois a causa é muito forte e a ferramenta de divulgação que usamos, a Internet, fez com que a gente chegasse a tantos países”, comemora.
A arte de contar e de ouvir
“Quando uma pessoa conta uma história, ela faz um movimento com a cabeça, dentro do corpo todo e com o coração. Ela começa a ver as coisas que não tinha enxergado antes. Além disso, entende como a história influencia o seu presente”, explica Ana. “Fazer um retorno para o passado é muito forte”, acrescenta.
Ana explica que toda vez que uma pessoa conta uma história ela conta de uma maneira diferente. “Porque como você se sente hoje muda o jeito que você conta a história e o jeito que você vê o passado”, diz. “As palavras que você usa, as informações que escolhe, as gesticulações. Tudo muda conforme o seu estado de espírito”, acrescenta.
Já, a experiência de ouvir a história do outro é mais rica ainda, segundo Ana, porque, de fato, o ouvinte sempre vai aprender alguma coisa nova com a história do outro. “Uma vez veio um carioca que trabalha com bicicletas aqui no museu. Depois de ouvir sua história arranjei uma bicicleta para usar como meio de transporte. As histórias dos outros sempre ensinam alguma coisa”. http://aprendiz.uol.com.br/content/prolosurot.mmp
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