quarta-feira, 12 de março de 2008

O "INÉDITO VIÁVEL",

expressão cunhada

por PAULO FREIRE,

e outras "palavras" de FREIRE

(...)Existem aqueles imbuídos do desejo de mudança: o oprimido e todos os que
acreditam e percebem a utopia não como algo irrealizável, mas como o que Paulo Freire
(1998) denomina de “inédito viável”, algo que o sonho utópico sabe que existe, mas que
só será conseguido pela práxis libertadora.
Ao visualizar o inédito viável como um sonho, uma utopia, como algo que se
concretiza no cotidiano, o homem e a mulher começam a desvelar a sua libertação como
realidade possível de ser alcançada. O estar no mundo significa empenhar-se em ações,
reflexões e lutas. O homem e a mulher oprimidos, abstratos, a-históricos, passam a fazer
parte do mundo, com uma percepção consciente, crítica e participativa, o que representa
sua vocação ontológica. Diz Freire (2001, p. 85):

"Nunca falo da utopia como uma impossibilidade que, às vezes, pode dar
certo. Menos ainda, jamais falo da utopia como refúgio dos que não atuam ou
[como] inalcançável pronúncia de quem apenas devaneia. Falo da utopia, pelo
contrário, como necessidade fundamental do ser humano. Faz parte de sua
natureza, histórica e socialmente constituindo-se, que homens e mulheres não
prescindam, em condições normais, do sonho e da utopia."PAULO FREIRE (...)

http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT13-1661--Int.pdf

Inédito viável-
O inédito viável é a nova possibilidade de solução para certos problemas que se revelam para além das "situações-limite", quando o máximo de "conciência possível" do homem consegue observar além do visual da "consciência efetiva". É o devir, o futuro a se construir, a futuridade a ser criado, o projeto a realizar. Em outras palavras: inédito viável é a possibilidade ainda inédita de ação, "é a futuridade histórica, que não pode ocorrer se nós não superamos a situação-limite, transformando a realidade na qual ela está com a nossa práxis" (ACAA, 4).

Utopia -é a "dialética entre o ato de denúncia do mundo que se desumaniza e o anúncio do mundo que se humaniza" (DESM, 43).

Vocação ontológica
do homem- O chamado que sentem os homens e as mulheres desde dentro de si mesmos para que se convertam em pessoas capazes de pensar e transformar sua sociedade e de transformar-se em seres para si mesmos. A vocação histórica do homem é "ser sujeito" (CTPL, 37).

Revolução cultural-"é a continuação necessária da ação cultural dialógica a ser realizada no processo anterior à tomada do poder" (ACL, 193).

Revolução- Derrubada violenta do poder para efetuar mudanças profundas nas extruturas sócioeconômicas e políticas. Uma revolução depende de condições objetivas (crise política, estado caótico da economia) e condições subjetivas (uma classe revolucionária, um partido). Fala-se igualmente em revolução técnico-científica, e revolução industrial e em revolução cultural, entendendo-se com isso um avanço importante ocorrido nessas esferas num determinado momento histórico. Revolução democrática é revolução exercida pela força de organização e luta dos trabalhadores, sem o uso de métodos violentos. Para Paulo Freire revolução é o "processo crítico que se leva a cabo com a ciência e a reflexão" (ACL, 87).

Revolução amorosa- Freire usa o adjetivo "amoroso" com uma nova acepção onde mais do que o afeto é o amor que se constitui, no caso, no princípio da revolução.

Dialética-Concepção filosófica segundo a qual o mundo se encontra em constante mudança. As leis fundamentais da dialética são: tudo se relaciona (princípio da totalidade); tudo se transforma (princípio do movimento); mudanças quantitativas geram mudanças qualitativas; existe o princípio da contradição, que significa a unidade e a luta dos contrários. A contradição é a base da dialética (Ver “Método dialético” e "Relações dialéticas").

Diálogo-antidiálogo- Os homens e as mulheres ao refletir sobre sua prática (sobre seu trabalho cotidiano) e ao atuar sobre ela, para transformá-la, necessitam comunicar-se, porem-se de acordo entre si, estar dispostos a escutar outras opiniões, a constatar se o que se está fazendo é realmente positivo, tratar de aceitar que ninguém tem a verdade absoluta inclusive aceitar que talvez estejamos equivocados. É atuar e pensar como sujeitos e permitir que as outras pessoas que nos rodeiam também sejam sujeitos críticos. Esta ação é chamada por Freire de diálogo, o qual só é possível na educação libertadora (problematizadora). A posição contrária é o antidiálogo (a educação bancária).

Práxis- É a união que se deve estabelecer entre o que se faz e o que se pensa acerca do que se faz. A reflexão sobre o que fazemos em nosso trabalho diário, com o fim de melhorar tal trabalho, pode-se denominar com o nome de práxis. É a união entre a teoria e a prática. Conceito comum no marxismo, que é também chamado filosofia da práxis, designa a reação do homem às suas condições reais de existência, sua capacidade de inserir-se na produção (práxis produtiva) e na transformação da sociedade (práxis revolucionária). Para Paulo Freire, práxis é "a ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo" (PO, 58).


*retirado do glossário sobre a obra de Paulo Freire
http://www.paulofreire.org/Paulo_Freire/glossario_pf.htm

2 comentários:

  1. , voltei de Sao Paulo, exausta, nao estou mais no quarentena so eurosanechonchol.multiply.com
    tenho acompanhado pichaçoes
    ainda não aprendí a colocar link teu - mas a partir de amanha vou estudar

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  2. problema nenhum em eu ser colocado em seu blog... só me envaidece até porque estou ao lado de pessoas ilustres como o professor paulo freire...obrigado, bj, apareça sempre...
    ricardo

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