sábado, 1 de março de 2008






















AUTO-REGULAÇÃO,

no IDEC 2007,

ponto fundamental

da Educação

Democrática:

"Auto-regulação gera maior

cooperação e menos

indisciplina"

Alan Meguerditchian

"Supremo é o ser humano. O processo de ensino é de dentro para fora e não ao contrário. Mas na escola invertemos essa lógica e impomos o conhecimento sobre os alunos". A análise é do mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leonardo Jerber, que participou do debate Auto-regulação: notas para uma pedagogia anti-autoritária, durante a Conferência Internacional de Educação Democrática (IDEC 2007), na cidade de Mogi das Cruzes (SP).Para conseguir reverter tal lógica autoritária, na qual o conteúdo não é discutido antes de ser aplicado e a dinâmica de ensino convive com punições e privações, Jerber trabalha com o conceito de auto-regulação. "A auto-regulação é a capacidade da natureza sustentar a vida por ela mesma. É uma capacidade nata de todo organismo e que deve ser preservada", disse.Segundo a avaliação do estudioso, é possível inserir o conceito dentro de uma escola tradicional e, com isso, provocar melhorias. "Se garantimos o direito de cada estudante se expressar e se auto-regular, eles se transformarão em sujeitos. Isso, naturalmente, torna as aulas mais vivas. Ao invés de conflitos, verificamos menos indisciplina e mais cooperação", explicou.Dentro dessa realidade, o professor age como um guia, que orienta os alunos durante as atividades previamente acordadas. "Caso apareça algum problema no meio do caminho, o educador não obriga o estudante a fazer determinada atividade. Ele deve interagir para descobrir o porque do problema e buscar soluções em conjunto", explicou.Ao ser questionado por professores se é possível aplicar o conceito em salas cheias e com pouca estrutura, Jerber respondeu que a tarefa não é simples. "Muitos são contrários porque não conhecem o conceito. A maioria dos alunos e professores têm um histórico de trabalho autoritário, e não consegue imaginar como funcionaria um ambiente no qual todos se auto-regulam", disse.O integrante do Instituto para a Democratização da Educação Brasileira (IDEB) e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) Ricardo Casco, que também participou do debate, apontou os impactos gerados pela relação autoritária entre educadores e estudantes. "Quem não se encaixa, tem nota baixa, por exemplo, é taxado de fracassado. Tal processo apenas incentiva a competição, o que gera desprezo e o bullying", explicou.Segundo Casco, para melhorar a situação é necessário ceder ao grupo o poder de decisão. "Não cabe ao professor a decisão de punir ou não. Todos estão inseridos em um grupo. Todos os embates devem ter a palavra como mediadora e não a autoridade", disse.

http://www.politeia.org.br/tiki-index.php?page=Auto-regula%C3%A7%C3%A3o+gera+maior+coopera%C3%A7%C3%A3o+e+menos+indisciplina

*postado por Helena Singer em 20/09/07

*imagem : Obra de Anita Malfatti,"A Estudante"

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