“A autogestão pedagógica teria o mérito de devolver à universidade um sentido de existência, qual seja: a definição de um aprendizado fundado numa motivação participativa e não no decorar determinados “clichês”, repetidos semestralmente nas provas que nada provam, nos exames que nada examinam, mesmo porque o aluno sai da universidade com a sensação de estar mais velho, com um dado a mais: o diploma acreditativo que em si perde valor na medida em que perde sua raridade” – Tragtenberg.
http://relatividade.wordpress.com/2008/07/12/rememorando-postagens-passadas-mauricio-tragtenberg-e-a-pedagogia-da-autogestao/quarta-feira, 30 de julho de 2008
WILHELM REICH,
A CRIANÇA ENTRE
ROUSSEAU E FREUD
Zeca Sampaio
José Gustavo Sampaio Garcia. Mestre em Educação. Doutorando em Educação pela FeUSP. Professor da Universidade Santa Cecília.
Este trabalho tem por objetivo traçar um quadro preliminar da concepção de criança na teoria reichiana, a partir de uma busca em seus próprios escritos, ao mesmo tempo, confrontando suas idéias com alguns elementos das diversas concepções de criança através da história humana. Para este confronto será utilizado o quadro dialético entre a tradição rousseauniana e a tradição do modernismo expressa mais claramente na teoria freudiana.
Singer (1997) aponta esta contradição entre a posição de Rousseau, a qual se assenta em uma visão positiva quanto à natureza da criança, e a posição da educação da cultura moderna que tenta impor à criança uma nova natureza. Ela ressalta a crítica de Foucault a esta educação disciplinadora, que procura domar o corpo tornando-o submisso.
Vamos encontrar também em Reich uma crítica explícita a esta educação disciplinadora que impede as manifestações mais importantes da vida.
Em busca de uma compreensão do funcionamento humano
Reich inicia sua busca por uma compreensão do ser humano a partir de seus estudos na faculdade de medicina, mas em especial quando ingressa nas fileiras da psicanálise, tornando-se discípulo de Freud. Esta adesão ao pensamento freudiano lhe permite conciliar elementos aparentemente contraditórios de sua formação que precisarão ser sintetizados para que surja a sua visão de homem e, com ela, sua concepção de criança.
Durante seus estudos na faculdade de medicina, Reich experimenta o conflito entre as explicações mecanicistas e vitalistas para a vida. Reich (1975a, p. 30) mesmo se define, em seu tempo de estudante de medicina, como um mecanicista de pensamento “ultra-sistemático”. Por outro lado, passa a se interessar pelos escritos de Bergson e se torna um grande admirador de seu pensamento. Mecanicismo e vitalismo vão se tornar para ele os representantes maiores da crise que se estabelece na ciência, especialmente em sua busca de compreensão do funcionamento vital. “A questão, ‘O que é a Vida?’ Estava por trás de tudo o que aprendia” (Reich, apud Sharaf, 1983, p. 55).
O interesse por Bergson e por uma visão menos determinista, menos cientificista da vida parece estar em contradição com a formação científica do jovem médico. Mas é exatamente esta visão composta por dois pares antitéticos que traz em si o germe de onde brotará o pensamento reichiano.
Para que estes elementos embrionários do pensamento reichiano possam ser desenvolvidos faz-se necessário que ele encontre um ambiente metodológico capaz de satisfazer tanto a sua necessidade de um método sistemático e verificável, isto é, que seja científico, como a sua busca por uma abordagem capaz de compreender o fenômeno vivo, com sua parcela de indeterminação e unicidade.
E é nesse contexto de crise, entre a tradição mecanicista, positivista da ciência natural de sua formação em medicina e o questionamento filosófico ao determinismo de Bergson, que Reich encontra Freud e seus escritos. A personalidade simples e direta do criador da psicanálise encanta o jovem Reich. Mas, é a atitude experimental, científica, baseada na observação, formulação de hipóteses e teste dessas hipóteses através de novas observações, juntamente com uma teoria da sexualidade com uma visão mais profunda e mais abrangente, considerando a sexualidade para além do papel da reprodução, que fazem com que ele resolva se dedicar ao estudo da psicanálise.
A posição da psicanálise no contexto das ciências que estudam o homem é bastante estratégica. Alguns autores como Japiassu a classificam em uma posição oposta a das psicologias de inspiração positivista, já dentro da fenomenologia ela é muitas vezes criticada como uma abordagem determinista, na medida em que busca as causas históricas inconscientes do comportamento humano.
Figueiredo (1991, p. 27) divide em duas grandes tendências as matrizes do pensamento psicológico, a cientificista e a romântica:
- De um lado se situam aqueles que procuram seguir o modelo das ciências naturais. Buscam a quantificação, os modelos mecanicistas, “classificações e leis gerais de caráter predicativo”.
- De outro, aqueles que acreditam que por ser o objeto das ciências humanas um objeto diferente do objeto das ciências naturais, faz-se necessário o desenvolvimento de uma metodologia própria compatível com este objeto.
Mais adiante, acaba por situar a psicanálise em ambas as matrizes já que vê nela um aspecto “determinista funcional” que a coloca ao lado das teorias funcionalistas de caráter cientificista (1991, ps. 95-100), ao mesmo tempo em que a inclui entre as matrizes compreensivas de influência romântica, por seu aspecto interpretativo (1991, ps. 167-169).
Esta característica intermediária, ou, no dizer de Figueiredo (1991, p. 99) “esta terra de ninguém epistemológica em que (a psicanálise) se originou”, entre a objetividade determinista e a intersubjetividade humanista, pode ter sido um motivo importante para a adesão de Reich às suas fileiras.
Entendo esta “terra de ninguém” como a descrição do fato de que Freud inaugura um território novo para a compreensão do homem.
É uma época em que a oposição entre uma psicologia científica nascente, de paradigma cientificista, positivista e uma psicologia de tradição introspectiva, com raízes na filosofia caracteriza o debate em torno do que é o homem. A primeira via o homem como absolutamente determinado por processos biológicos internos, ou por seu aprendizado de comportamentos, que nega a existência e a possibilidade da liberdade humana. Lembre-se aqui de Skinner. A segunda via o homem como consciência autodeterminada, não dependente de processos biológicos, capaz de decidir a partir de suas próprias determinações, ou no dizer de Sartre, seu próprio projeto, tendo a liberdade como valor fundamental. É só lembrarmos do próprio Sartre e, mais tarde, um Rogers.
A descoberta do inconsciente por parte de Freud relativiza esta segunda posição ao afirmar a existência de motivações para a ação e decisão humanas que estão fora do campo da consciência. Por outro lado, a proposta de um Ego intermediador entre as pulsões instintuais e a realidade exterior, contrariam a idéia de um determinismo absoluto.(...) LEIA NA ÍNTEGRA EM:
coleção de frases
sobre fumar-
(cartograma#96)
2. “O mundo é o meu cinzeiro”
1. “Das 20 pessoas mais velhas dos EUA, 14 ainda fumam ou fumaram por mais de 50 anos.”
3. Fumar é a manifestação derradeira individualidade auto-sacrificada.
É a escravidão libertária.
A solidariedade dos fumantes é resignada e contemplativa.
A solidariedade dos fumantes masca em tragadas
Agentes cancerígenos vestidos de branco bailando no espaço
Engravidam o ar de morte.
1. Através do ato mecânico de fumar,parodiamos a mecanização dos
gestos da vida.
3. Fumar é uma dança repetitiva solitária.
A masturbação também.
Lavar a louça também
Paulinho da viola concerta relógios e compôs a dança da solidão.
A vida nos parece bem pior sem os anúncios de cigarro.
Fumar é uma gagueira zen:
numa carteira
vinte avisos de que a morte vem.
Antes das Américas, não havia tabaco. Os Nativos das Américas nos deixaram como herança, como presente de agradecimento aos europeus e descendentes, o cultivo do tabaco.
Os povos americanos nos civilizaram postumamente, portanto.
Antes do verbo emprestado do francês, “fumer”, usava-se a expressão“Beber fumaça”.
extraído de http://foimaus.wordpress.com/
- blog de maurício o. krebs.
http://cartogramas.blogspot.com/2007/10/cartograma96-maurcio-o-krebs.html
As crianças são temidas. Uma só palavra, um único gesto delas pode fazer desmoronar qualquer reino. Os adultos sabem muito bem disso e procuram calá-las, domesticar seus impulsos e aplicar sobre elas sua milenar cultura e educação por meio de ameaças e usos dos castigos, introjeção da crença em fantasmas, escolarizações e inibições de atitudes despojadas. Espera-se da criança que ela se transforme num bom cidadão, num bom trabalhador, numa boa pessoa, religiosa, filantrópica, tolerante, moderada. Espera-se que as crianças agora e no futuro colaborem para a conservação e aprimoramento de costumes. Todavia, são as crianças pobres que encarnam e escancaram o medo de crianças em nossa sociedade. Elas são vistas como potencialmente perigosas, antes de mais nada, porque são pobres, por não possuírem uma família estruturada como a burguesa, não freqüentarem regularmente escolas, não provarem para a sociedade que serão bons cidadãos e trabalhadores. Segundo o direito penal, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, ela vive em situação de risco. Desde o Código de Menores de 1927 habita o vocabulário de juizes, promotores, advogados e pessoas preconceituosas como menor. É o outro, o estranho. É a criança perigosa que a sociedade não conseguiu calar e domesticar. Da mesma maneira, o conhecimento produzido pelas humanidades não consegue admirar a criança e suas surpreendentes atitudes. Prefere uniformizá-la e colabora para imobilizá-la por meio do conceito de infância, determinando quais são as condutas esperadas e adequadas, segundo uma classificação normalizadora. A criança é um perigo para a sociedade, uma leveza para a liberdade.
Verbete retirado do site Nu-Sol(a visão dos anarquistas sobre as crianças)
O Grupo Engenho
está com
espetáculo novo.
É o "OUTRO$ 500".
A pesquisa foi feita sob orientação de Francisco Alembert, Bernardo Ricupero, Fernanda Peixoto, Iná Camargo Costa, Maria Elisa Cevasco e Tiago Nicodemo.
Recomendo não adiarem muito a ida se tiverem interesse, pois devem encerrar a temporada em Setembro.
O QUÊ?
OUTRO$ 500
SOBRE A PEÇA:
Pra começo de conversa, o Brasil não foi descoberto em 1500. Foi invadido.
E, ao contrário do que dizem os jornalões e tvs, já estamos no primeiro mundo desde aquela invasão: como quintal, casa da mãe joana onde eles, os donos da grana de fora e de dentro (inclusive os donos dos tais jornalões e tvs), estão sempre se servindo, usando, abusando. Fazem e desfazem. Mandam e desmandam. Enchem o bucho e os bolsos. Forram-se. Matam. E põem a culpa nos políticos, que são, ao fim e ao cabo, apenas seus empregados, cumprem suas ordens.
O zé povim que se vire pra sobreviver ou tentar escapar dessa vida que lhe é imposta na porrada, com lei, justiça, polícia e, claro, promessas e sonhos, senão ninguém aguenta.
OUTRO$ 500 é isso: uma peça que fala dos 500 anos de vida e morte desse lugar chamado Brasil. Não é uma aula de História. É um espetáculo. É como os artistas do Engenho sentem e representam o mundo à sua volta. É o testemunho de quem ainda sonha e pensa fora dos trilhos. É mais uma tentativa e esperança de encher os olhos e tocar o coração e a razão do público.
AVISO:
Demo é um termo grego que significa povo. Daí vem a palavra democracia, que significa "governo do povo" (podem rir). Se os "home" fazem esse uso do "demo" e muita gente acredita, por que o Engenho não pode abusar também? Então! "Demô" é o ator principal e dono desse teatro, mas, vejam vocês, faltou na hora de fazer o espetáculo!!!
QUANDO:
Sábados e domingos, sempre às 19 horas.
DURAÇÃO:
120 minutos
ONDE:
Engenho Teatral - 200 lugares
(F: 2092-8865)
Rua Monte Serrat, 230 - Tatuapé
(dentro do Clube-Escola do Tatuapé;colado à estação/ terminal Carrão do Metrô e do ladinho da Radial Leste).
Estacionamento GRATUITO dentro do Clube-Escola.
INGRESSOS:
GRATUITOS - a distribuição é feita 15 minutos antes do início da apresentação.
RECOMENDAÇÃO:
Para maiores de 14 anos.
ACESSO PARA DEFICIENTES.
influenciou
o educador judeu
polonês Korczak,
que é um grande
exemplo para os
educadores de
escolas democráticas.
"J.H. Pestalozzi
O teórico que
incorporou o afeto
à pedagogia"
Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criança
Por Márcio Ferrari
Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827).Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral — isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.
**Inspiração na natureza
A vida e obra de Pestalozzi estão intimamente ligadas à religião. Cristão devoto e seguidor do protestantismo, ele se preparou para o sacerdócio, mas abandonou a idéia em favor da necessidade de viver junto da natureza e de experimentar suas idéias a respeito da educação. Seu pensamento permaneceu impregnado da crença na manifestação da divindade no ser humano e na caridade, que ele praticou principalmente em favor dos pobres.A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora — idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza — em que o método pedagógico deveria se inspirar.
**Bondade potencial
Tanto a defesa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean Jacques Rousseau (1712-1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original — que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi."A criança, na concepção de Pestalozzi, era um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que deveria ser cultivada e descoberta para atingir a plenitude", diz Alessandra Arce, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a idéia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
**Um liberal na era das revoluções
Embora durante a maior parte de sua vida Pestalozzi tenha escolhido viver em relativo isolamento, com a mulher e um filho que morreu aos 31 anos, ele nunca se alienou dos acontecimentos de sua época — chamada pelo historiador britânico Eric Hobsbawn de "Era das Revoluções". Na juventude, Pestalozzi militou num grupo que defendia a moralização da política suíça.Mais tarde, por simpatizar com o pensamento liberal e republicano, se alinhou aos defensores da Revolução Francesa. Em 1798, os franceses, em apoio aos republicanos suíços, passaram a sufocar os focos de resistência à nova ordem no país vizinho, e levaram à frente um massacre na cidade de Stans. Pestalozzi, embora chocado com os acontecimentos, atendeu à convocação do governo e montou uma escola para os órfãos da batalha, que acabou sendo uma de suas experiências pedagógicas mais produtivas.Pestalozzi não foi um iluminista típico, até por ser religioso demais para isso. Por outro lado, a importância que dava à vivência e à experimentação aproximam seu trabalho de um pioneiro enfoque científico para a educação, num reflexo da defesa da razão que caracterizou o "século das luzes". "A arte da educação deve ser cultivada em todos os aspectos, para se tornar uma ciência construída a partir do conhecimento profundo da natureza humana", escreveu Pestalozzi. Ainda como parte de uma abordagem científica da instrução, ele defendia formação específica para os professores.(...) leia na íntegra em:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0171/aberto/mt_134371.shtml
sobre economia
solidária
recebe prêmio"
(Festival de
Gramado-2007)
24/08/2007
A reportagem da TV USP “Economia Solidária” foi premiada no 15º Festival Gramado Cine Vídeo, na categoria Vídeo Social: Resgate da Cidadania. A matéria, exibida no programa PGM, mostra o crescimento do cooperativismo como uma resposta da sociedade ao desemprego e às relações hierarquizadas. A premiação aconteceu no último dia 17, na cidade de Gramado (RS).
“Este prêmio é muito importante tanto para a TV USP como para a Universidade porque o Gramado Cine Vídeo é, atualmente, o mais importante no Brasil na categoria TV e vídeo universitário”, comenta Pedro Ortiz, diretor da TV USP. “É o reconhecimento pelo trabalho que fazemos, que é, antes de tudo, realizado em equipe. Além disso, a premiação nos estimula a fazer trabalhos cada vez melhores.”
Em 2005, a TV USP já havia recebido o Prêmio Especial do Júri, também na categoria Vídeo Social do Gramado Cine Vídeo, com uma reportagem sobre o projeto Bandeira Científica, da Faculdade de Medicina da USP, que leva assistência médica a comunidades carentes de várias partes do Brasil por meio de uma expedição anual.
A pauta que deu origem à reportagem “Economia Solidária” foi sugerida por Gustavo Xavier, aluno do último ano de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade e estagiário da TV USP há quase dois anos. “O Gustavo nos trouxe a sugestão e acolhemos a idéia porque entendemos que renderia uma boa reportagem”, comenta Ortiz.
O programa
“Economia Solidária” foi produzida em 2007 e tem duração de 30 minutos. São abordadas as histórias de três cooperativas da Capital paulista: a Copamare, no bairro de Pinheiros, formada por catadores de materiais recicláveis; a Uniferco, resultado da união dos trabalhadores de uma indústria que faliu; e a EA, fruto do trabalho de duas aposentadas da região do Campo Limpo que produzem sabonetes artesanais.
O programa também explora o papel das Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares, uma delas sediada na USP, no apoio à economia solidária. Uma visão histórica sobre o tema é apresentada pelo professor Paul Singer, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.
A reportagem foi exibida em abril deste ano — e reprisada nas duas primeiras semanas de agosto — pelo Canal Universitário de São Paulo (CNU). Em junho, a TV Cultura exibiu o vídeo no Projeto Campus, que vai ao ar nas manhãs de sábado e que apresenta semanalmente um programa produzido por TVs universitárias (PUC, Mackenzie, Faap e Unicsul). A partir de outubro (ainda sem data definida), o Canal Futura exibirá o especial, junto com os vencedores da demais categorias, em sua grade nacional.(...)
http://www.usp.br/agen/UOLnoticia.php?nome=noticia&codntc=17523

"Raposa Serra do Sol"
Moisés Diniz
15-Mai-2008
A gritaria conservadora contra a demarcação contínua de Raposa Serra do Sol ganhou tons envergonhados de uma nação que ainda não conseguiu sequer garantir saúde aos seus povos originais. Intelectuais, políticos e militares, todos se perfilam ao lado do Brasil e posicionam os povos indígenas e seus defensores do outro lado da fronteira.
Aqueles que defendem a demarcação em ilhas de Raposa Serra do Sol são patriotas e estão defendendo a soberania nacional. Aqueles que defendem a demarcação contínua são apátridas e estão a serviço de alguma potência estrangeira. Nunca ouvi tanta bobagem ao mesmo tempo! Todos sabem que há outras reservas indígenas em terras contínuas, em fronteiras, como é o caso da Cabeça de Cachorro, no Amazonas. E isso não impede a presença do exército, do Estado e de todas as suas instituições.
Dizer que os militares não podem fiscalizar as fronteiras, por causa das terras indígenas, é atentar contra o raciocínio do povo brasileiro. Um sofisma criminoso de políticos e empresários que vêem as reservas indígenas como barreiras poderosas de contenção do avanço do agro-negócio. Eles só não têm coragem de dizer isso ao povo.
Por isso inventam essa estória estereotipada de ameaça à soberania nacional e utilização dos índios como massa de manobra de interesses estrangeiros. Chegam ao ridículo de comparar Raposa Serra do Sol a Kosovo ou a Santa Cruz na Bolívia.
Aqui a elite brasileira e seus 'soberanos' auxiliares se enrolam nos conteúdos de cada caso. Kosovo, ao se desgarrar da Sérvia que era Iugoslávia, cumpre um papel de 'entreposto' para a Otan. Já Santa Cruz usa a bandeira da autonomia para golpear os avanços da revolução ecológica e indígena de Evo Morales.
Dizem ainda que queremos transformar o Brasil numa Bolívia, onde os povos indígenas comandam atualmente a política e dão fortes dores de cabeça aos velhos senhores de terra, de escravos índios e de toda má sorte que assolou aquela brava nação.
Aqui não passamos de avos em termos indígenas. Os números inteiros são brancos. Minoria das minorias, a população indígena brasileira amarga a ausência do Estado, da saúde, da educação, da proteção contra os madeireiros, os traficantes de drogas, os búfalos do agro-negócio, os garimpeiros.
Falam que os índios têm muita terra e não se envergonham de defender meia dúzia de arrozeiros. Dizem que raposa Serra do Sol é gigantesca e não informam que ela representa apenas 7% do território de Roraima. Quando criticam que os povos indígenas de Roraima ocupam 43% do território, não têm a honestidade de lembrar que, há cem anos atrás, eles eram donos de 100% de toda a terra de lá.
Falam bobagens acerca da internacionalização da Amazônia, mas não ousam assumir que a Amazônia já está nas mãos do capital estrangeiro, nas mineradoras, nas grandes empresas multinacionais do agro-negócio, nas incontáveis e gigantescas propriedades de estrangeiros e no total descontrole de nossas fronteiras, de nossa flora e de nossa fauna.
Sabem que a verdadeira internacionalização da Amazônia é executada todos os dias pelo agro-negócio. Quem ofende nossos brios amazônicos e nossa soberania são devastadores como Blairo Maggi, Ivo Cassol et caterva, que esfolam, estupram, matam e não deixam nada debaixo de seus tratores.
Expulsam da terra o homem nativo, sufocam os rios, derrubam todas as árvores, concentram a riqueza e fazem o ar ficar podre, espantam os pássaros, amedrontam os índios. Cada árvore que cai é um miserável a mais nas favelas, nos presídios.
Tudo em nome do grande negócio, da riqueza, para que filho de governador possa vender carro contrabandeado e presidente de tribunal de justiça, aqui falo de Rondônia, possa enriquecer, fazendo negócio sujo com as suas sentenças.
Amazônia internacionalizada é Amazônia devastada, sem rios, 'sojada', 'encanada', 'boiada', 'eucaliptada', sem reservas indígenas, extrativistas, sem recursos naturais em abundância. Amazônia internacionalizada é essa brutal e avassaladora biopirataria, biocanalhice de culpar os inocentes e dar sol aos culpados.
O que muita gente procura esconder é o verdadeiro conteúdo da existência de reservas indígenas. O que elas escondem dos olhos obscenos do homem branco. Os povos indígenas vivem em comunidade e a sua terra é coletiva, de propriedade do Estado. Isso dá arrepios aos donos do capital e da vida.
É que um modelo adverso, construído na ancestralidade, na resistência contra a morte e no verso, está sendo erguido sob o nariz fidalgo de uma elite que não suporta conviver com povos indígenas, quilombolas, extrativistas, favelados.
O que eles não dizem é que as terras indígenas são as únicas propriedades territoriais do Brasil que não estão sob o controle do mercado fundiário. O deus mercado não conseguiu erguer nenhum templo nas aldeias indígenas.
Assim, a opinião de um membro do STF, ao defender a demarcação em ilhas, fica com jeito de parecer jurídico de auditor agrário, como se fosse um demarcador de terras e não ministro do Supremo Tribunal Federal.
* O deputado Moisés Diniz (PCdoB) é líder do governo na Assembléia Legislativa do Acre.
www.jornalorebate.com.br
"ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DÜRKHEIM E MARX"
entre Dürkheim
e Marx"
A abordagem desta análise comparativa não busca esgotar todos os recursos existentes e nem comparar detalhes mínimos, mas pretende mostrar aqui os traços mais evidentes e antagônicos das posições dos dois pensadores e levantar os pontos mais contundentes e conflitantes. Numa análise superficial, Dürkheim era um pensador conservador preocupado em acabar com a crise da sociedade por uma via moralizante, enquanto Marx, em todos seus escritos e ações, deixa claro que o único modo seria através da revolução, com a destruição do modelo vigente. Mas há que se fazer um paralelo mais aguçado, criando-se uma lista dos levantamentos.
- Para Dürkheim, o ponto de partida para a análise sociológica é a própria sociedade, que como ficou demonstrado, modela o comportamento do homem no processo de evolução social. Ele atém-se ao estudo do “fato social”, com a sociedade determinando as ações do indivíduo. Para Marx, a vida social deve ser compreendida como um processo dialético, deve-se entender os movimentos da sociedade tendo como objeto as “relações sociais” e a “luta de classes” transformando os fenômenos sociais, tudo resultante da ação do indivíduo sobre a natureza, a partir do momento em que este busca construir as bases materiais de sua existência;
- Enquanto Durkheim atem-se ao estudo do “fato social”, com a sociedade determinando as ações do indivíduo, Marx procura entender os movimentos da sociedade tendo como objeto as “relações sociais” e a “luta de classes” transformando os fenômenos sociais e para Durkheim a luta entre as classes expressa anormalidade no que tange às relações sociais.
- Dürkheim considera que as condutas humanas são determinadas pela sociedade aos indivíduos, Marx, no entanto, nos mostra que a sociedade está dividida em duas esferas: a infra-estrutura e a superestrutura e que é o “modo de produção da vida material que condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral”;
- para Dürkheim a sociedade se sobrepõe ao indivíduo e lhe impõe suas regras e condutas morais, para Marx, a esfera econômica é básica para a formação da consciência dos indivíduos, já que esta se apresenta sobre a forma da ideologia dominante no modo de produção capitalista, ou seja, a ideologia burguesa;
- Dürkheim considera que a característica fundamental da sociedade moderna é a divisão social do trabalho, porque suas diferentes esferas se diferenciam entre si e se especializam, o que concorre para a integração dos indivíduos na sociedade. Já Marx, considera a divisão social do trabalho o elemento que desagrega as classes, já que as separa e premia de forma diferente, independente do esforço e merecimento;
- Para Dürkheim, as diferenças sociais criadas pela divisão social do trabalho, unem os indivíduos pela necessidade de troca de serviços e pela sua interdependência: “o ideal de fraternidade humana só pode ser realizado na razão do progresso da divisão do trabalho”. Para Marx, as sociedades tradicionais apresentam uma forma de divisão do trabalho, mesmo que baseadas na idade, gênero ou força física. O que diferencia esta forma de divisão natural do trabalho, pela divisão do trabalho no capitalismo é a ausência de um excedente na produção;
- Se para Dürkheim a divisão social do trabalho gera solidariedade, para Marx, a divisão do trabalho, expressa os meios de segmentação da sociedade. Em caráter primeiro, a divisão do trabalho se refere à apropriação dos meios de produção pelo empresário capitalista; em segundo, esta apropriação que distancia o trabalhador dos meios de produção, distancia o trabalhador de si mesmo, provocando neste um estado de alienação;
- para Dürkheim, a divisão social do trabalho irá ocupar o lugar da Igreja, do Estado e das demais instituições sociais, na função de integrar o indivíduo ao corpo social, promovendo a coesão na sociedade, levando-a ao progresso. Isto, por meio da especialização de funções que cria uma interdependência entre os indivíduos. Para Marx, a divisão dotrabalho gera uma relação de exploração da classe burguesa sobre o proletariado, promovendo a sua alienação, por meio da propriedade privada dos meios de produção;
- Enfim, Dürkheim quer impor freios e proteger a sociedade dela mesmo promovendo o convívio comunitário – um por todos, todos por um, enquanto Marx propõe a derrubada seca e visceral da burguesia – a grande chefe e vilã da história.
Finalizando essa análise, ouso entender que, hoje, a sociedade é uma junção do pensamento de Émile Dürkheim com o de Karl Marx, já que a nossa vida é em muito é determinada pelos padrões sociais ditados pela classe dominante (detentora do poder, rica, poderosa e forte), embasada em dogmas morais, religiosos e de condutas que são passados de geração para geração, como descreve Dürkheim e, de uma forma branda, como descreveu Marx, posto que o povo continua alienado, alijado dos seus direitos básicos, como saúde, moradia, alimentação, por exemplo, numa luta de classes desleal, onde o desemprego crescente empobrece mais ainda quem já era pobre, e assim sendo, a chamada classe baixa está cada vez mais degradada e espoliada. O meio de sobrevivência para a classe do proletariado é o sub-emprego, que continua mesmo assim, sustentando o lucro dos ricos que já não precisam de mais nada. Por mais que fossem antagônicos, Dürkheim e Marx ainda fizeram uma análise esperançosa da sociedade moderna, já que ambos viam saídas e soluções passíveis de acontecer para a época, saídas e soluções que hoje, sabemos, ficaram apenas no desejo e na força literária de suas obras.
http://pt.shvoong.com/social-sciences/1666917-an%C3%A1lise-comparativa-entre-d%C3%BCrkheim-marx/
e a Ditadura da
Maioria
Getúlio Vargas — o déspota que se disse pai dos pobres, se transvestiu de democrata e se matou pretendendo ser herói —, permanece o principal fantasma a habitar a política brasileira. Mas com o fim da ditadura militar ele ganhou uma nova companhia, a do voto obrigatório.
De disfarce à tirania o voto obrigatório passou a ser sinônimo de garantias democráticas e por isso defendido pela maioria dos parlamentares. Mas o voto obrigatório é mais do que parte do ritual eleitoral. Ele é uma forma de aprisionar a liberdade do sujeito dirigido cada vez mais pelo espetáculo midiático que a televisão proporciona diariamente em nossas casas através de uma lei que obriga a transmissão de programas eleitorais. É outra medida obrigatória do nosso regime democrático em nome da educação política mas que funciona apenas para as TVs abertas poupando os assinantes de TV a cabo. Ela é destinada ao cidadão mediano, com escassos recursos materiais e prisioneiro preferencial das telerrealidades criadas diariamente para entretê-lo.
A democracia, não só no Brasil, transformou-se em ritual eleitoral eletrônico que funciona associando educação política a eleição. Quando muito instrui as pessoas a formarem grupos que aceitem a participação dentro do esquema das reivindicações seletivas organizadas pelos governos.
Hoje em dia elas são orientadas pelo princípio das sondagens eletrônicas que pretendem garantir a continuidade dos partidos ou das alianças políticas. As pessoas permanecem educadas para acreditar nos governos e a democracia se transformou num regime midiático, de respostas imediatas, que prioriza as pressões que possam ser transformadas em apoio político.
Com a midiatização da política, daqui para frente, seja com a continuidade do voto obrigatório ou com o regresso do voto facultativo, os governantes esperam irrisórias alterações significativas, mantendo sua eficiente educação que faz jovens e adultos acreditarem que votam livremente, mesmo quando coagidos.
Hoje em dia não se admite a sublevação contra a opinião pública. Isto seria considerado um crime!
Estamos no tempo da ditadura da opinião pública organizada pelas mídias. Um tempo em que os tiranos se apresentam como democratas juramentados como sempre em nome do povo, dos miseráveis, dos pobres, dos carentes, oprimidos ou excluídos. Não há mais o perigo da ditadura da opinião pública, da ditadura da maioria; hoje ela é governo. E você aí, por quê vai votar?
Núcleo de Sociabilidade Libertária - Nu-Sol
Texto extraido de http://www.nu-sol.org.
http://www.nu-sol.org/artigos/artigos.php?tipo=4#
segunda-feira, 28 de julho de 2008
domingo, 27 de julho de 2008

"Compartilhar
o saber"
Palestra de
PAUL SINGER
Paul Singer, economista austríaco naturalizado brasileiro, fará palestra no Festival Calango. Momento oportuno para ampliar o conhecimento
Por Cláudio Oliveira,
Da reportagem
Ele chega na semana que vem e vai compartilhar um pouco do seu vasto conhecimento aqui em Cuiabá. Paul Israel Singer, nascido em Viena, 24 de março de 1932 é um economista naturalizado brasileiro, que nasceu na capital austríaca. Vem de uma família judaica que, fugindo do nazismo, se radicou no Brasil desde 1940. Singer formou-se em eletrotécnica no ensino médio da Escola Técnica Getúlio Vargas de São Paulo e foi trabalhar na Atlas(elevadores).
Filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e, como trabalhador metalúrgico, liderou a histórica greve dos 300 mil que paralisou a indústria paulistana por mais de um mês em 1953. Ele obteve a cidadania brasileira em 1954.
Estudou Economia na Universidade de São Paulo, mas segundo uma reportagem da Isto É ele já sabia tudo de economia. Nesta mesma reportagem é apontado como uma das maiores personalidades brasileiras do século passado no quesito justiça e economia.
Em 1960 inicia sua atividade docente na USP, como professor assistente. Em 1966 obteve o grau de doutor em Sociologia com um estudo sobre desenvolvimento econômico e seus desdobramentos territoriais, abordando cinco cidades brasileiras – São Paulo, Belo Horizonte, Blumenau, Porto Alegre e Recife - na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. A tese deu origem ao livro “Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana”, sob orientação do professor Florestan Fernandes. Foi também professor-titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.
Entre 1966 e 1967, estudou Demografia em Princeton(EUA). Em 1968, apresentou sua tese de livre-docência, Dinâmica populacional e Desenvolvimento. Teve seus direitos políticos cassados pelo AI-5 e foi aposentado compulsoriamente em 1969.
Nessa época, com alguns outros professores expulsos da universidade ou simplesmente discordantes do regime, como Fernando Henrique Cardoso e Octavio Ianni, participa da fundação do Cebrap - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, que se constituiu em importante núcleo da intelligentsia brasileira de oposição à ditadura militar. Atuou no Cebrap até 1988, quando foi Secretário Municipal de Planejamento de São Paulo.
Em 1980, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores, ao lado de outros intelectuais historicamente ligados à esquerda, como Francisco Weffort, Plínio de Arruda Sampaio, Perseu Abramo, Mário Pedrosa, Sérgio Buarque de Holanda, Chico de Oliveira e Vinícius Caldeira Brant. No mesmo ano volta a dar aulas ininterruptamente até assumir a secretaria de planejamento da prefeitura de SP no governo da Erundina.
Vem trabalhando com o tema da economia solidária dentro do governo Lula desde junho de 2003, como Secretário Nacional de Economia Solidária (SENAES) no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego.
Paul Singer tem atuado no incentivo da formação de cooperativas de autogestão voltadas para a economia solidária.
O Espaço Cubo, promotor do Festival Calango, é considerado vanguarda nacional quando o assunto é cooperativa e economia solidária. A idéia do Cubocard, por exemplo, é uma criação que precisa apenas de um reconhecimento do setor empresarial para aumentar o valor de troca e incentivar os próprios artistas a trocarem os seus serviços pelo crédito em cards.
Aliás, o Espaço Cubo, por meio do Festival Calango é o responsável pela vinda de Singer a Cuiabá e a proposta é ampliar a visão dos produtores culturais locais e incentivar a organização da cadeia produtiva no estado de MT.
A palestra é sobre Economia Solidária e será realizada no dia 7 de agosto provavelmente no Centro de Eventos do Pantanal. É claro que o DC Ilustrado estará lá para escutar e aprender mais. Apesar da formação econômica e de um repertório forte de economês, Paul Singer é um exemplo de vida, de luta e coerência. Ele vai tratar de um tema transversal com atenção na cultura. Há pouco tempo esteve no Fórum de Software Livre de Porto Alegre e incentivou o uso desta tecnologia que tem um caráter libertário e que tem como premissa do compartilhamento do conhecimento.
Este deve ser o compromisso da cultura, um espaço para a troca de informações e sentidos/percepções da vida. Singer irá contribuir como uma fonte de alimento para o fortalecimento das pessoas e das empresas de economia solidária que atuam no setor cultural ainda de maneira incipiente.
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=322757
como seguir
cientistas
e engenheiros
sociedade afora"
livro de BRUNO LATOUR
“Ciência” é uma palavra em alta nas
sociedades ocidentais (ou em todo mundo
“globalizado”, o que dá na mesma). Uma
lavagem de tapete, um corte de
cabelo, um mapa astral ganham outro
estatuto quando se afirma que são
“científicos”. Dessa forma, determinar o
modo como a ciência é produzida,
transmitida e exportada é tarefa essencial
para a compreensão da sociedade
contemporânea.
Das diferentes formas de se aproximar da
ciência, a mais tradicional tem sido o estudo
da estrutura do suposto “método científico”.
Os resultados, seja no domínio da Filosofia,
seja no da História ou da Sociologia da
Ciência, parecem pouco convincentes. Sem
dúvida que a ciência é central para o
progresso, sem dúvida que ela evolui, mas
fica difícil atribuir seu sucesso a um método,
a um conjunto de regras que todos os
participantes do “jogo científico”, tácita ou
explicitamente, concordam em seguir.
Nos anos setenta pesquisadores tentam uma
nova tática: estudar a atividade dos cientistas
do mesmo modo que antropólogos estudam
comunidades isoladas e distantes. Latour é
um dos pioneiros nessa vertente, junto de
Steve Woolgar, Karin Knorr Cetina, Michael
Mulkay, entre outros. Mas praticamente só
Latour, por sua clareza, acessibilidade e
escolha de bons problemas para estudo,
ultrapassou o círculo restrito de especialistas
e alcançou reconhecimento mais amplo. Hoje,
é um autor do qual pode-se discordar, com
cujos escritos pode-se polemizar, mas é
impossível não ter posição a seu respeito. E
isso já é o suficiente para atestar sua
relevância.
A idéia de uma Antropologia da Ciência
parece, de saída, um tanto imprópria. Faz-se
antropologia de comunidades ditas
primitivas ou simples, ou de subgrupos ditos
mais ou menos homogêneos e simples
dentro de uma sociedade complexa. Mas e
fazer antropologia da comunidade científica,
do grupo por definição mais evoluído (não
importa aqui se isso é verdade ou não),
racional e complexo do planeta?
Os resultados com que Latour emergiu
desses estudos antropológicos têm pouco a
ver com a imagem que a própria comunidade
científica tem de si e divulga externamente.
Estudando os “nativos” (Latour foi
antropólogo residente em um laboratório de
Bioquímica, na Califórnia, nos anos setenta),
o autor mostra que a essência da atividade
científica é criar enunciados e subtrair-lhes
modalidades (a partir do enunciado “X acha
que a substância Y é responsável pelo efeito
cuja medida é Z”, criar o enunciado “Y causa
Z”) e transladar interesses, isto é, a
comunidade acadêmica deve sempre
aumentar as alianças entre seus membros e
entre estes, seus equipamentos e o “mundo
objetivo”; para isso, é preciso que todos
(todos mesmo) se transformem no processo.
Seu livro “Vida de Laboratório” examina tais
translações, mas é em “Ciência em Ação” que
as pesquisas antropológicas ganham a
dimensão de teoria geral acerca do
funcionamento da ciência moderna.
Se os estudos nessa vertente antropológica -
e a ambiciosa teoria daí derivada - vão ter
resultados mais convincentes no que diz
respeito ao estranho sucesso humano em
compreender o mundo, ainda é cedo para
saber.
Mas é evidente desde já que o enfoque é
original e ajuda a esclarecer o trânsito
conturbado das vias que ligam ciência e
sociedade.
Jesus de Paula Assis,
coordenador do
Núcleo de Edição do Instituto Itaú
Cultural, São Paulo-2000
http://www.interface.org.br/revista6/livro1.pdf
DO CONHECIMENTO"
PIERRE LEVY E
MICHEL AUTHIER
Pierre Lévy e Michel Authier criaram um software original baseado no uso convivial da informática e das imagens de síntese: o sistema das árvores do conhecimento . Este último constitui um dispositivo totalmente inovador de aquisição e de validação dos conhecimentos, tanto para o período escolar como para a formação profissional. É um grande jogo do saber no qual todos os cidadãos são convidados a participar. A aventura é insólita, por vezes engraçada e formidavelmente interessante. Democraticamente aplicado a todos, este sistema de reconhecimento de conhecimentos poderia, segundo os criadores, constituir uma verdadeira alternativa aos diplomas, melhorar a adaptação das formações ao emprego, mobilizar ao máximo as competências das empresas e das organizações. Le Monde Para os leitores imaginativos, sensíveis à inovação e perturbados pelo surgimento de competências que as organizações deixam ao abandono, As Árvores do Conhecimento terão o efeito de uma grande bolha de ar (...) O sistema descreve aqui a aquisição e a validação dos saberes e das competências, tem características de utopia enquanto conhece já aplicações concretas nalgumas empresas. Les EchosPIERRE LÉVY nasceu em 1956, é filósofo, professor no Departamento Hipermédias da Universidade de Paris-VIII, conselheiro científico da sociedade TriVium. Autor de diversas obras, entre as quais: As Tecnologias da Inteligência, Ideografia Dinâmica, A Máquina Universo e Inteligência Colectiva, publicadas pelo Instituto Piaget. MICHEL AUTHIER nasceu em 1949, trabalhou e publicou nos domínios da sociologia, da história das ciências e do teatro. Presentemente é presidente da TriVium S. A., sociedade que desenvolve e comercializa Gingo, o software das árvores do saber.
http://www.relativa.com.br/livros_template.asp?Codigo_Produto=78562#200
E A INTELIGÊNCIA
COLETIVA"
Outro termo desenvovido por Lévy é o da Inteligência Coletiva, um princípio onde as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por toda a sociedade, potencializadas com o advento de novas tecnologias de comunicação, como a Internet.
"Ela possibilita a partilha da memória, da percepção, da imaginação. Isso resulta na aprendizagem coletiva, troca de conhecimentos", disse o filósofo francês.
Há uma espécie de ecossistema das idéias humanas, na qual as informações são trocadas e selecionadas por cada indivíduo.
"Somos nós que fazemos viver. Fazemos viver num mundo das idéias", afirmou.
Evolução do homem
Lévy lembrou que a evolução do homem foi possível graças às habilidades que desenvolvemos e que nos difere dos animais. São elas:
- a construção de diálogos (mundo de significados). Nos questionamos, conversamos com o outro, estabelecemos diálogos.
- o contar histórias (percepção do tempo)
- a organização do pensamento (estabelecemos relação de causa e efeito)
"Os mitos são relatos. Hoje não são muitos, mas nós contamos histórias e as pessoas guardam essas histórias que são somadas ao acervo da humanidade. Isso é inteligência coletiva", disse.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/esp_a.php?t=001
interativa e coletiva
é a principal
atração do
ciberespaço”.
PIERRE LEVY
carregam uma grande
quantidade de tecnologias
intelectuais que aumentam
e modificam a maioria
das nossas capacidades
cognitivas”
Pierre Levy
quinta-feira, 24 de julho de 2008
A História e a Devastação
da Mata Atlântica Brasileira"
Livro de Warren Dean-1996
Warren Dean, historiador americano que teve um trágico falecimento num acidente em Santiago do Chile em 1994, quando "Ferro e fogo" ainda estava no prelo, deixou uma contribuição valiosa para um assunto até então "não contemplado" na historia brasileira, a "Mata Atlântica". No livro a "Mata" é tratada como uma única região e não parcelada em Estados, municípios ou regiões como geralmente se costuma ver na historiografia "clássica". Com isso, "Ferro e Fogo" serve não só para se entender como se deu a destruição da "Mata Atlântica" como também contribui na compreensão do desenvolvimento brasileiro. Dean se mostrou incansável na busca de fatos políticos, sociais e principalmente econômicos que influenciaram a intervenção humana na maior floresta tropical do mundo nas diferentes épocas da história.
Vale salientar aos ecologistas que este não é unicamente um livro em "defesa da floresta". Também não é uma crítica ao "Imperialismo". A história de Dean começa muito antes da colonização, na época em que a caá-etê, nome indígena da Mata Atlântica, era habitada apenas por coletores-caçadores. Embora ele não deixe de ser crítico da forma como a
floresta foi usada na trajetória imperialista, não aponta culpados nem vítimas. Em síntese pode-se afirmar que esta é a história de mais uma das irracionalidades da espécie humana.
Dean "faz o tempo passar" com os olhos dentro da "Mata" e, desoladamente, a vê desaparecer em poucos séculos. Seu estarrecimento com esta destruição começa já nos primeiros parágrafos da Parte 1 quando de dentro do avião na
chegada ao Rio de Janeiro ao percorrer os olhos pelo que restou da Mata Atlântica, comenta: "Não há nada de notável neste ambiente humanizado" (DEAN,1996:19).
Mas quando e como surgiu a Mata Atlântica? Desde quando essa arena de milhões de formas de vida pulsa, peleja e agoniza despropositada e incessantemente? Pode-se afirmar que seu "surgimento" se deu por uma gama de convergências de fatores tão diversos como antagônicos: com períodos de inundações gigantescas e outras épocas de intensas atividades ígneas (fogo), e entre esses períodos, ainda ocorreram pelo menos duas invasões glaciais milenares. Sabe-se que a linhagem das florestas tropicais é extremamente antiga, embora a sua evolução tenha sido espetacularmente rápida e multiforme. Há aproximadamente 40 milhões de anos, algumas espécies vegetais conseguiram um tipo especial de ramificação. Assim um ramo se converteu em um estame principal que depois se desenvolveu para transportar água para cima e nutrientes para baixo, em um tronco. Dessa forma, escaparam da competição ao nível do chão e alcançaram a luz solar, ganhando imunidade contra a predação animal. Assim surgiram as primeiras florestas tropicais da terra. O surgimento da floresta denominado de "Mata Atlântica" foi um evento triunfal na concepção de luta pela vida e morte que por fim, formou uma diversidade de vida, que jamais foi compreendida em sua totalidade.(...)
continue a ler em : http://www.funaguas.org.br/artigos/a2.htm
quarta-feira, 23 de julho de 2008
cria projeto
comunitário
para fazer
carros elétricos
Internautas finlandeses confirmam vocação para códigos abertos. Primeiro modelo pode ser um Corolla
23.07.2008 - 18:27
Surgiu na Finlândia uma comunidade na internet que procura aplicar a abordagem coletiva – como nos casos do Linux e da Wikipedia – para avançar na conversão de carros a gasolina para carros elétricos. O primeiro deles deve estar rodando ainda este ano.
O fórum apresenta-se como o primeiro do tipo no mundo, diz a Reuters, e pretende oferecer uma alternativa a quem considera lenta a busca de soluções para os problemas do petróleo.
O grupo está trabalhando de acordo com a tradição dos projetos de software de "código aberto" como o sistema operacional Linux.
"Se conseguirmos muito sucesso, ajudaremos a criar projetos semelhantes em todo o mundo, com os quais poderemos compartilhar o que sabemos", disse à Reuters um dos participantes do projeto, Jukka Jarvinen. Ele diz que esquema semelhante está sendo lançado na Dinamarca. "Estamos esperando criar um movimento mundial".
Os carros elétricos vêm enfrentando dificuldades para superar vendas minúsculas de veículos muitas vezes fantásticos, mas que chegam ao mercado a custos proibitivos. Mas, como são abastecidos pela rede elétrica comum e usam a energia de maneira mais eficiente, eles são vistos como alternativa no combate à poluição.
Chrysler, GM, Mitsubishi e Mercedes acenam com projetos de carro elétrico, mas a comunidade identifica uma legião de pessoas decepcionadas com a indústria automobilística.
O grupo está começando em pequena escala. Identificou demanda para mais de 500 conversões de automóveis à propulsão elétrica, na Finlândia, e o objetivo do site é começar a introduzir os compradores a vendedores potenciais de carros usados e componentes, e a mecânicos capazes de realizar a conversão, com um motor elétrico e baterias de lítio.
O primeiro modelo de conversão será um Toyota Corolla, modelo que o grupo afirma que pode ter alcance de 150 quilômetros com uma carga e velocidade máxima de 120 km por hora.
O fórum espera que o carro usado e trabalho dos mecânicos custe, no total, cerca de € 25 mil (US$ 38 mil), o que fica perto do preço de um Corolla na Finlândia.
Veja o fórum aqui (em finlandês, mas com versão em inglês).
http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/44001_45000/44413-1.html