domingo, 13 de julho de 2008

"WALT WHITMAN", O PRIMEIRO BEATNIK

"Eu me contradigo? Pois bem eu me contradigo. Sou amplo, abrigo multidões"

"Eu sôo meu grito bárbaro, sobre os telhados do mundo"
"WALT WHITMAN"-1819-1892

Além de sua capacidade de romper com determinados cânones da poética tradicional, a poesia de Whitman pode nos impressionar também por alguns de seus traços ideológicos, principalmente seu pluralismo e suas inversões anárquicas. Um mesmo homem é contraditório porque é "amplo, abriga multidões", um dia de aclamação no Congresso não vale mais do que o momento de encontro com um companheiro e mesmo o excremento passa a ter tanto valor quanto o homem inigualável que pisa sobre ele com suas botas. A própria relação entre vida e morte é revista por uma poética ao mesmo tempo irônica e sublime. Algo de cosmovisão carnavalesca atravessa a obra desse louco gênio norte-americano.Para um homem do século XIX sua implosão do conceito de "eu" individual a partir de uma visão na qual o singular é ao mesmo tempo representante do genérico e composto pelo múltiplo, soa como um anúncio profético de muitas das desconstruções contemporâneas do já desgastado sujeito cartesiano. Entretanto, ainda que alguns possam apressadamente dar o veredicto de que se trata de um artista "liberal", penso que não caberia sobrepor à obra de Whitman uma crítica leviana que o posicionasse como um mero defensor do "american way of life", ou como uma espécie de descomprometido precursor dos pós-modernistas neoconservadores. Creio que um olhar mais atento permita-nos enxergar neste autor antes o democrata radical, por cuja obra perpassaram algumas sofisticadas conotações ideológicas anarquistas e que, não sem razão, chegou a ser denominado como "o primeiro beatnik".(...)
http://delari.sites.uol.com.br/whitman.htm

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