quarta-feira, 9 de julho de 2008















"Programas sindicais

falidos no Brasil e no Mundo"

Por um Programa Transitório Mundial contra a inflação e o desemprego

Publicado em 06.07.2008
por Conselho Editorial

A cada mobilização sindical de trabalhadores, por maior que seja, a cada greve, por mais dias que se sustente a luta, a cada manifestação de rua, por maior número que coloquemos nas passeatas e atos, os resultados são sempre, no máximo, ridículas concessões, que, na verdade, expressam a derrota, sempre a derrota, a derrota e a desilusão da classe trabalhadora diante do poder avassalador da burguesia nacional e internacional.

No Brasil e no mundo, estas experiências vêm se repetindo há várias décadas e, recentemente, tivemos mais uma expressão da falência dos programas e mobilizações meramente sindicais, programas isolados e restritos a categorias específicas. Os professores da rede estadual do estado de São Paulo do ensino médio, apesar de constituírem um dos maiores sindicatos da América Latina, cerca de 130.000 filiados no Estado, apesar de fazerem uma greve que durou 19 dias, apesar de chegarem a fazer assembléias e passeatas que chegaram a reunir cerca de 60000 professores, suspenderam a greve neste último dia 4 de julho, sem ganhos efetivos e consistentes.

Conforme afirma o próprio site do sindicato, a APEOESP, após o dia 4 de julho, quando se suspendeu a greve:

Cerca de 20 mil professores aprovam a manutenção do estado de greve

Reunidos em assembléia na Praça da República, em frente ao prédio da Secretaria da Educação, cerca de 20 mil professores aprovaram a suspensão da greve e manutenção da mobilização em defesa dos direitos da categoria.

Todos os presentes foram unânimes em considerar o movimento grevista uma grande demonstração de força e organização da categoria na defesa de seus direitos e da qualidade da escola pública. A greve obrigou o governo estadual a comparecer em audiência de negociação instaurada pelo Tribunal Regional do Trabalho. Além disso, obrigou-o também a apresentar propostas referentes às reivindicações da categoria. Até a decretação do movimento, o governo e a secretaria ignoravam a pauta dos professores.

Ora, somente essa declaração da própria diretoria do sindicato mostra a inutilidade de mobilizações como essas que somente levam à desmoralização do próprio instrumento de greve e de qualquer luta dos trabalhadores! Foram necessários 19 dias de greve para conseguir apenas promessas de negociação! Foram 19 dias de greve para apenas conseguir absolutamente nada, nada e nada!

Não por acaso, boa parte dos professores presentes na assembléia do dia 4 de julho gritavam: “Traição, traição, traição!”

Mas, como sempre, a burocracia sindical passou por cima da categoria e esse “nada” de conquista foi aprovado, sendo oferecido para a categoria como uma suposta “grande vitória”. Na verdade, 19 dias de greve, assembléias e passeatas com cerca de 60000 trabalhadores foram traídos, desconhecidos e pisoteados.

POR UMA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES TRANSITÓRIA ALÉM DA PAUTA DOS SINDICATOS!

Diante dessa experiência dos professores do estado de São Paulo, que já se repetiu e (parece) se repetirá na atual greve nacional dos correios – categoria que já vive a terceira greve nacional em 2008 – é fundamental mudar o rumo!

Que significa mudar o rumo? Diante dessas experiências dos professores, das greves dos correios e de outras categorias, mais do que nunca, é necessário lutar contra essa pauta meramente sindical, contra toda essa irracionalidade sindical que se passa como racional!

Os programas sindicais isolados estão falidos.As pautas de reivindicações sindicais isoladas estão falidas!

Diante da crise do capitalismo nos EUA e, conseqüentemente, diante da crise do capitalismo em escala mundial, mais do que nunca, é necessário lançar um programa mundial de defesa da classe trabalhadora contra a desvalorização dos salários (diante da inflação galopante, sobretudo, nos alimentos), é necessário impedir que, com a inflação nos produtos de consumo básico da população trabalhadora (arroz, grãos, farinha para o pão, carne, etc), a burguesia tente se sustentar no poder.

Mais do que nunca, chegou a hora de construir a opção de uma sociedade do futuro, aquela que virá, pela força da revolta objetiva, pela força das ruas, e pela força de um programa unificado transitório da classe trabalhadora, a nível mundial, reivindicando, na verdade, a sua subsistência mínima: conservação do poder de compra do salário atual e conservação do emprego, sem demissões.

PROGRAMA TRANSITÓRIO INTERNACIONALISTA CONTRA O PROGRAMA SINDICAL:

-Contra a inflação: reajuste mensal de acordo com o reajuste dos produtos de consumo básico (arroz, feijão e pão) da classe trabalhadora (ESCALA MÓVEL DE SALÁRIOS)

-Contra as demissões e rotatividade do trabalho: demissão zero, ou seja , ESCALA MÓVEL DE HORAS DE TRABALHO (divisão das horas oferecidas para os trabalhadores existentes na fábrica, sem redução dos salários)

-Contra o desemprego: frentes públicas de trabalho impulsionadas pelo governo (construção de postos de saúde, reparação de estradas, construção de obras que diretamente beneficiem a classe trabalhadora), que contratem trabalhadores desempregados.

UNIFICAR TODAS AS CATEGORIAS DE TRABALHADORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS NESSE PROGRAMA, O PROGRAMA DE TODOS OS TRABALHADORES DO MUNDO CONTRA A BARBÁRIE BURGUESA!

http://www.transicao.org/noticia.php?id=887

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