sexta-feira, 11 de julho de 2008

PAULO FREIRE...

ANARQUISMO...


(...) No Brasil o anarquismo foi, no início do século, o mais importante movimento de ação e contestação em torno da desigualdade. Os anarquistas, italianos principalmente, chegaram a São Paulo onde uma incipiente indústria buscava se firmar a partir de uma economia agrario-exportadora de herança oligárquica e escravagista. Foram eles que trouxeram uma novidade histórica para o país em que a emergência jurídica do trabalhador Iivre ocorrera somente no final do século XIX. Mostraram que o possível depende das pessoas audazes e não de negociações políticas. O efeito da novidade anarquista foi a conquista de direitos elementares pelos trabalhadores, cujo preço foi a repressão com exílios e deportações, simultaneamente a uma estratégia de controle estatizante de inspiração fascista, levada a cabo pela ditadura de Getulio Vargas nos anos 30 e 40.(...)
(...) A educação libertaria é, e sempre foi, a afirmação de princípios de sociabilidades negadoras de elites e vanguardas, princípio filosófico de dissolução do individualismo, da massa e da propriedade privada dos meios de produção. Mesmo querendo encontrar no Estado uma possibilidade como meio para afirmar uma nova sociabilidade, Paulo Freire nos leva a ultrapassar esse limite chamando-nos para o dia-a-dia frente às emotividades infantis e a vida na escola. Lembra, a seu modo, que o anarquismo não é uma proposta alternativa conivente com a estrutura centralizadora de poder, mas como dizia o compositor à sua irmã e a todos nós através do poema-carta, já sabemos que devemos aprender falar inglês, decodificar o que se quer de nós e que o muito que queremos é muito pouco. A democracia, para Paulo Freire, não é apenas uma cristalização da representação sob a forma de terapias sociais, o outro lado do fracasso intervencionista na economia proposto pelos social-democratas. Sua visão e prática educativas democráticas supõem o exercício da democracia direta mais detalhada na estrutura escolar do ensino formal, antes de tudo como meio obstruidor do autoritarismo do que defensor de cristalizações democrático-representativas: ele desejava relações horizontais a partir da organização sob a forma de conselhos.
Mesmo não tendo sido adepto do fim da escola, como Ivan Illich, a quem respeitava pela radicalidade, o pedagogo Paulo Freire não se escusou em aceitar escolas autogestionárias com programas totalmente contrários aos preconizados pelo monopólio da educação estatal que ele ainda considerava necessária em países miseráveis, quando sob a direção pluralista de trabalhadores. Freire não se posicionou como um afirmador inconteste de sua pedagogia, mas a viu como um meio possível, convivendo e dialogando com outras pedagogias entendidas por ele como democráticas, um sinônimo muitas vezes de prática libertária.(...)continue a ler em:

POR EDSON PASSETTI ,em "PAULO FREIRE,O ANDARILHO DO ÓBVIO"

http://www.cedap.assis.unesp.br/cantolibertario/textos/0134.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails